Inscrição de voluntários para vacina de Oxford contra Covid-19 começa hoje em Salvador

A cidade de Salvador vai receber testes da vacina contra Covid-19 que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. O recrutamento e seleção de voluntários para estudos começam já nesta sexta-feira (10). As informações foram confirmadas ao Bahia Notícias pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), que vai coordenar o processo na capital baiana. Salvador se junta a São Paulo e ao Rio de Janeiro no protocolo que vai avaliar a eficácia e segurança da vacina. O Idor realiza, desde 26 de junho, pesquisas sobre a imunização, no Rio. 

COMO SE INSCREVER
A seleção, seguindo o protocolo do estudo, será restrita a indivíduos com idade entre 18 e 55 anos, profissionais de saúde e pessoas que tenham alta exposição, mas não foram contaminados pelo novo coronavírus. 

O recrutamento será pelo site do Idor (acesse aqui). Nele, o candidato será redirecionado para uma plataforma na qual vai preencher um cadastro. Se as respostas estiverem dentro dos critérios estabelecidos pelo instituto, o candidato poderá ser convidado a participar do estudo.

Em Salvador, a seleção e acompanhamento dos voluntários acontecerão no Hospital São Rafael, que integra a Rede D’Or São Luiz. Com a entrada da cidade na pesquisa, o Brasil deve ter 5 mil voluntários participando do estudo.

PESQUISA
O estudo começou no Brasil no último dia 20 de junho em São Paulo, no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), centro coordenador da pesquisa no país, sob direção das Prof. Lily Weckx e Prof. Sue Ann Costa Clemens. 

As pesquisas têm aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). No país, o projeto tem financiamento da Rede D´Or São Luiz, da Fundação Lemann e da AstraZeneca Brasil.

O estudo é simples-cego e randomizado: os voluntários não sabem se receberão a vacina de Oxford ou a vacina controle.

“O estudo da vacina de Oxford no Brasil traz protagonismo científico para o país e valoriza a ciência brasileira, que conta com grandes centros de pesquisa e cientistas reconhecidos mundialmente”, destaca Fernanda Tovar-Moll, presidente do Idor.

VACINA
O processo de desenvolvimento da vacina foi acelerado pelo uso da tecnologia por vetor de adenovírus símio, que já vem sendo testada há alguns anos pela Universidade de Oxford em estudos de outras vacinas candidatas para diferentes agentes infecciosos, como Ebola e MERS. 

Estima-se que já tenham sido administradas mais de 9 mil doses de vacinas candidatas contra diferentes vírus, com boas respostas imunológicas utilizando esta plataforma.

A vacina utiliza uma tecnologia onde um vírus não replicante, não infeccioso, serve de carreador para parte do coronavírus modificado e não infeccioso. Acrescenta-se a proteína de superfície (spike) do vírus, para gerar a resposta do organismo contra ele.

Após a vacinação o sistema imunológico promove uma resposta imune à proteína do coronavírus, levando a produção de anticorpos e de outras células de defesa capazes de proteger o indivíduo contra a Covid-19.