Guerra na Ucrânia é um dos principais temas do primeiro dia de debates na Assembleia Geral da ONU
A guerra na Ucrânia foi um dos principais temas do primeiro dia de debates na Assembleia Geral das Nações Unidas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a gente vive um momento de colossal disfunção global. No discurso, ele ressaltou que os desafios de hoje estão interligados em um sistema complexo. Mencionou o acordo que ajudou a mediar para garantir o escoamento de grãos da Ucrânia, que estavam bloqueados pelos russos nos portos.
Segundo Guterres, se o problema agora é má distribuição do alimento no mundo, a partir do ano que vem pode ser falta de comida mesmo. E em cima disso, a urgência das mudanças climáticas.
Guterres disse que os 20 países mais ricos do mundo são responsáveis por 80% de toda a emissão de gases causadores do efeito estufa, mas que as pessoas que mais sofrem com os eventos climáticos fora do padrão são as que moram em países pobres, sem infraestrutura para uma chuva anormal, por exemplo, como o que ocorre nesse momento no Paquistão.
Guterres sugeriu cobrar a conta de quem lucra muito com o petróleo e que os governos parem de subsidiar os combustíveis fósseis para que a transição possa finalmente acontecer na velocidade que a gente precisa.
O presidente turco, Recep Erdogan, defendeu que o mundo precisa encontrar uma solução diplomática prática e razoável que dê tanto para a Ucrânia quanto para a Rússia uma saída digna da crise.
Na segunda-feira (19), Erdogan disse que ouviu do presidente russo, Vladimir Putin, que ele daria um passo importante para o fim da guerra, mas não especificou se se tratava dos referendos anunciados nesta terça-feira (20) pelas repúblicas separatistas ucranianas sobre uma possível adesão à Rússia.
Na ONU, o presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a criticar o anúncio e disse que os referendos são cinismo da Rússia.
Pela tradição o presidente Joe Biden deveria ter discursado nesta terça, mas por causa do funeral da rainha no Reino Unido, ele trocou para esta quarta-feira (21), quando também deve falar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A Ucrânia pediu e recebeu autorização para discursar remotamente. Na votação na semana passada para decidir se Zelensky poderia fazer o pronunciamento virtual, o Brasil se absteve.
Como acontece desde 1955, o Brasil foi o primeiro a discursar na abertura da Assembleia Geral.
fonte: Jornal Nacional