Biólogo diz que substância de odor forte e cor esverdeada encontrada em praias na BA pode ser processo de floração de algas
O biólogo Thiago Freitas disse, nesta quarta-feira (16), que a substância misteriosa de odor forte e cor esverdeada encontrada em praia de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, pode ser resultado do processo de floração de algas.
“As algas são organismos aquáticos e, quando esse ambiente se encontra, muitas vezes, em desequilíbrio, elas encontram condições favoráveis para se proliferarem”, afirmou.
Ainda conforme o biólogo, esse processo pode ocasionar na alteração de características da água como, por exemplo, o odor, o gosto e até mesmo a própria coloração.
“[É] importante salientar que há a possibilidade de produção de toxinas por essas algas, o que pode causar problemas na saúde humana”, explicou.
Marisqueira relata mal-estar
Marisqueira diz que passou mal após ter contato com substância de odor forte e cor esverdeada na BA — Foto: Reprodução/TV Bahia
Pescadores e marisqueiros de Camaçari passaram mal após terem contato com a substância. A marisqueira, identificada pelo prenome de Cleidiane, é uma delas.
“No dia 13 [de novembro] eu pesquei e no dia 14 veio à tona esse produto químico, que fiz a filmagem e divulguei”, disse, acrescentando que na unidade havia muita gente com sintomas semelhantes aos dela: febre, diarreia, vômito e dor de cabeça.
Ela também afirmou que muitos mariscos apareceram mortos após o aparecimento da substância.
“Lambreta, eu pesquei ali, mas tive que soltar, porque estava fedendo muito. Os chumbinhos já estão mortos e há produto químico na água, porque quando tem esse tipo de produto, eles sobem para tentar respirar e acabam morrendo”, explicou com a experiência de quem trabalha com mariscos há muitos anos.
A prefeitura de Camaçari orientou que banhistas não entrem no mar das praias de Jauá e Barra do Jacuípe, após moradores encontrarem a substância no local. A Defesa Civil do município alertou moradores e visitantes que não se aproximem do resíduo, até que o material seja identificado.
Segundo a Defesa Civil de Camaçari, técnicos da empresa Cetrel coletaram amostras da substância na segunda-feira (14), mas o órgão não detalhou quando os primeiros vestígios apareceram. O material foi levado para um laboratório, para ser analisado. O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) também foi comunicado sobre o caso.
fonte: G1