Wagner defende Dilma e diz que Cunha perdeu legitimidade como presidente da Câmara
Foto: Manu Dias/GOVBA
O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, aproveitou coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (3) para defender a presidente Dilma Rousseff (PT) e rebater as críticas feitas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB) (clique aqui e leia). Em seu discurso, Wagner alegou que Cunha mentiu ao dizer que se reuniu com Dilma para discutir o processo de impeachment e avaliou como “sem causa” o movimento pelo impedimento da petista. “É a primeira vez que eu vejo um impeachment em que se procura como encaixar a presidente. Devia ser consequência de um fato, é isso que diz a Constituição. Mas eles [oposição] andaram o ano inteiro com uma lanterna na mão procurando como encaixar Dilma”, criticou. Para o ministro, não há sentido no argumento de que o governo federal não atingiu a meta fiscal e esta será a defesa levada tanto ao Congresso Nacional quanto ao Supremo Tribunal Federal (STF). “O próprio nome diz, é meta. Não pode ser colocado como crime de responsabilidade. Os governadores estão descumprindo compromisso salarial porque não têm dinheiro. Isso seria crime? Seria motivo de impeachment?”, questionou. O chefe da Casa Civil acredita que, após as atitudes recentes tomadas na Câmara, Cunha perdeu a legitimidade para se manter na presidência da Casa. “Quem senta na cadeira de presidente é magistrado. Não pode ser do governo ou bunker da oposição. Ele perdeu a condição de magistrado. […] Não tem condições dele continuar. Ficou claro quando ele tentou interditar o funcionamento do Conselho de Ética. É complicado quando se tem o poder da caneta. Ele pressionou o conselho, é público isso”, criticou. Questionado sobre a relação com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) após o anúncio, Wagner minimizou: “É uma relação tranquila, não tem nenhuma animosidade, o fato de ser do mesmo partido não quer dizer muito. Ele é um democrata e também está contra o impeachment”.