Inaugurado 1º aparelho da América do Sul que mede efeito estufa pelo sol
Financiado por instituto Belga, equipamento foi instalado em Porto Velho.
Segundo pesquisador, equipamento faz análise usando o infravermelho.
O Instituto Federal de Rondônia (Ifro) inaugurou o primeiro equipamento da América do Sul que vai medir os gases do efeito estufa através de raios solares. O equipamento foi instalado no campus do instituto, em Porto Velho. Segundo o engenheiro mecânico que conduziu os trabalhos, o projeto foi criado em 2013 e ganhou incentivo do The Royal Belgian Institute for Space Aeronomy (BIRA-IASB), um grupo cientifico da Bélgica. As análises pelo raio de sol iniciaram na quarta-feira (20). A expectativa é que dentro de um ano seja apresento dados se o efeito estufa aumentou na amazônia a cada semana ou mês.
Segundo o engenheiro mecânico Carlos Augusto Bauer, atualmente existem outros equipamentos de monitoramento do efeito estufa na América do Sul, porém as captações são feitas através de satélites e aviões.
Com a instalação deste novo tipo de aparelho no Ifro vai ser possível captar os gases do efeito estufa através da luz solar. Segundo o Ifro, o aparelho é o primeiro do Brasil.
“A ideia do equipamento partiu de um projeto em 2013, porém não tínhamos recurso para a instalação. Foi então que surgiu a oportunidade de inscrever o projeto em um instituto Belga que poderia financiar o equipamento. Inscrevemos ele foi aprovado”, conta.
Ao G1, o pesquisador contou como vai funcionar o equipamento, que ainda não recebeu um nome. “O equipamento faz análise através da coluna de luz diretamente de sol, usando o infravermelho. Com ele, conseguimos identificar a quantidade de elementos e, através de cálculos de Fournier, ter resultados do que existe na camada de ozônio”, explica Bauer.
O equipamento funciona desde os primeiro raios solares do dia até o fim da tarde. Conforme o pesquisador, todos os dias ele vai emitir relatórios do que foi capturado. O professor explica também que os resultados concretos serão apresentados somente em 12 meses de experiência. Os dados relevantes do efeito estufa devem ser publicados daqui dois anos de pesquisa.
“Estamos em uma região muito criticada. Não temos incentivo científico e com o equipamento trazemos uma visão científica diferente de outros lugares. Daqui dois anos, nossos resultados podem ser publicados em revistas cientificas pelo mundo, para assim, informar os órgãos ambientais dos riscos que corremos com a exposição do efeito estufa”, disse.
Conforme o Ifro, o instituto belga que patrocinou o projeto terá acesso aos dados do equipamento através de monitoramentos diários pela internet.
Fonte: G1 RO