Hospital Aristides Maltez tem quase 50 profissionais diagnosticados com coronavírus

Especializado no tratamento do câncer, o Hospital Aristides Maltez (HAM), no bairro de Brotas, registrou 46 profissionais diagnosticados com o novo coronavírus. A informação foi confirmada ao Bahia Notícias pelo diretor administrativo da unidade de saúde, Washington Couto.

O portal recebeu denúncias de funcionários do HAM, relatando que há profissionais sendo contaminados diariamente e casos suspeitos de pessoas que não foram afastadas das atividades.

“Os testes estão sendo feito apenas em funcionários que apresentem febre. Temos o caso de um funcionário, que fez o teste e voltou a trabalhar normalmente por três dias, onde no terceiro o resultado acusou que o mesmo estava positivo”, relatou um servidor da unidade que prefere não ser identificado. Outro relato destaca que a contaminação está ocorrendo, principalmente, entre funcionários e denuncia a falta de materiais, como álcool gel, nos corredores e quartos.

O BN, então, procurou a direção do hospital, que confirmou o alto número de profissionais infectados. De acordo com o diretor-administrativo, foram feitos 133 testes em funcionários, 46 deles com resultado positivo. Desse total, quatro já cumpriram o período de isolamento e retornaram ao trabalho.

“Nesse boletim você vai perceber que, do total de colaboradores que temos no hospital, o que está próximo a 1.500 pessoas, tivemos no Aristides Maltez 37 funcionários que testaram [positivo] lá. Tivemos também outros nove [resultados] positivos que vieram de outras instituições, são funcionários do Maltez que fizeram o teste em outros hospitais”, explica Couto em entrevista ao BN, acrescentando que foi criado um comitê de enfrentamento à doença, que se reúne “diversas vezes por semana” para coordenar as ações a serem tomadas.

Quanto aos pacientes, 41 foram testados e sete deles diagnosticados com a Covid-19. Segundo o diretor, o HAM atendia cerca de 3,5 mil pessoas por dia, mas sofreu uma redução “bastante considerável” neste período. Dessa forma, a unidade de saúde filantrópica segue em funcionamento em todos os setores, mas adotou algumas restrições, a exemplo da proibição de visitas.

DENÚNCIAS SOBRE FALTA DE EPI’S

Em meio às queixas sobre o funcionamento do hospital durante a pandemia, o BN também colheu relatos sobre a falta de equipamentos de proteção individual (EPI’s) adequados para os profissionais de saúde. Essa informação foi rebatida pelo diretor.

“Isso não procede. Eu que realizo as compras. Temos no hospital todos os EPI’s necessários. O hospital todos os dias é borrifado por peróxido de hidrogênio nas partes internas e, também, é feito na parte externa – pátio, passeios, banco de jardim – quando a gente borrifa com hipoclorito de sódio. Além disso, a prefeitura também, eu não sei quantas vezes na semana, contribui fazendo a higienização no passeio externo do hospital com hipoclorito também”, defende Couto.

O BN consultou o Conselho Regional de Medicina (Cremeb-BA) e o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-BA) para checar se eles receberam denúncias relativas à unidade de saúde. Ambos informaram que, até quarta-feira (20), não havia registros contra a unidade.