Sarampo se espalha em silêncio durante pandemia; país tem 10 mil casos suspeitos
Em meio a pandemia do novo coronavírus, um vírus já conhecido pelo mundo, e para o qual existe vacina, tem se espalhado silenciosamente: o sarampo.
O Brasil registrou neste ano 10.332 notificações de casos considerados suspeitos de sarampo. As informações constam no boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que incluem dados registrados até junho.
O boletim informa que no total notificado 4.017 (38,9%) casos foram confirmados, sendo 3.029 (75,4%) por critério laboratorial e 988 (24,6%) por critério clínico epidemiológico. Outros 3.812 (36,9%) foram descartados, e permanecem em investigação 2.503 (24,2%). Até o momento, foram registrados quatro óbitos por sarampo, em São Paulo, Rio de Janeiro, e dois no Pará.
Conforme o Ministério da Saúde, 21 estados estão com circulação ativa do vírus do sarampo. O Pará concentra a maior parcela de casos, 1.918 (47,7%), e maior incidência (39,7 casos por 100.000 habitantes).
A Bahia, assim como Amazonas, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Goiás, Alagoas, Ceará, Mato Grosso, Tocantins e Distrito Federal estão com mais de 12 semanas (90 dias) de confirmação do último caso. Mas o Ministério destaca que este cenário está sujeito a alterações, uma vez que ainda existem casos em investigação.
Os dados do boletim indicam que a Bahia confirmou seis casos da doença em quatro municípios. O último caso confirmado no estado foi há sete semanas, de acordo com o boletim.
Na Bahia 33 municípios solicitaram exames laboratoriais para diagnóstico de sarampo.
Ao contrário do novo coronavírus, o sarampo pode ser previnido com vacina, que é distribuida gratuitamente na rede pública de saúde. No entanto, reportagem do jornal O Globo traz um dado que ajuda a entender os altos números da doença: desde 2016 a meta de vacinação da tríplice viral (para sarampo, caxumba e rubéola) não é atingida no Brasil.
A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de imunização de em 95% do público alvo. O índice caiu para 90,52% em 2017, subiu para 92,64% em 2018 e voltou a cair no ano passado, quando fechou em 90,77%.
O sarampo é uma doença infectocontagiosa transmitida por secreções como gotículas eliminadas pelo espirro ou pela tosse. A vacina é a forma mais eficaz de prevenir. O sarampo é uma doença potencialmente grave. Em gestantes, pode provocar aborto ou parto prematuro. Os sintomas incluem manchas avermelhadas na pele que começam no rosto e progridem em direção aos pés, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, perda do apetite, manchas brancas na parte interna das bochechas, otite, pneumonia e encefalite.