Julho verde alerta para a prevenção do câncer de cabeça e pescoço; tireoide é o mais comum
27 de julho de 2020 – 12:16
Para alertar sobre a prevenção ao câncer de cabeça e pescoço, foi lançado o Julho Verde – o dia 27 deste mês é marcado pelo Dia Mundial de Conscientização e Combate à doença. O nome se dá ao conjunto de tumores que se manifestam na boca, na faringe e na laringe, entre outras localizações da cabeça e do pescoço.
Sem considerar o carcinoma epidermoide (de pele), o câncer da tireoide é o mais comum da região da cabeça e pescoço e afeta três vezes mais as mulheres do que os homens, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Pela mais recente estimativa brasileira, feita em 2018, é o quinto tumor mais frequente em mulheres nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil.
A bióloga geneticista Kiyoko Abe-Sandes explica que o câncer é uma doença genética, pois para que o mesmo se desenvolva é necessário que ocorra alterações no material genético, podendo ser hereditário ou esporádico. “Denominamos de câncer um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. O crescimento desordenado ocorre quando genes específicos são alterados. Ou seja, ocorrem mutações em determinados genes, que são responsáveis pelo controle da proliferação celular ou naqueles que são responsáveis pelos reparos”, diz.
O histórico familiar pode aumentar o risco do indivíduo desenvolver o câncer da tireoide. Porém, a cientista chefe da Singular Medicina de Precisão ressalta que apenas cerca de 5% a 10% de todos os cânceres são hereditários. “Já existem boas evidências que agregação familiar está associada ao risco mais elevado câncer de tireoide em idade precoce. Além disso, indivíduos portadores de algumas síndromes, como a de Cowden, apresentam risco aumentado para alguns tipos de câncer, como o de mama e da tireoide não medular. Contudo, entre os tumores de cabeça e pescoço, há ainda poucas evidências de hereditariedade”, ressalta.
Para saber se o indivíduo pertence a uma família de risco, o ideal é buscar o aconselhamento genético. “É interessante realizar o teste genético para o diagnóstico de precisão e fazer acompanhamento mais cuidadoso. O grande objetivo disso é diagnosticar de forma mais precoce o aparecimento da doença e intervir também de forma precoce, garantindo melhor resultado no tratamento”, aconselha Kiyoko Abe-Sandes.
Prevenção
Existem vários fatores de risco associados ao desenvolvimento dos tumores da cabeça e pescoço, sendo tanto fatores biológicos, como idade e genética, quanto os ambientais, a exemplo do uso de tabaco, álcool, infecção por HPV, exposição ao sol sem proteção, higiene oral inadequada, entre outros.
Atitudes simples e já conhecidas como não fumar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, ter alimentação rica em frutas, verduras e legumes, manter boa higiene bucal e usar preservativo na prática do sexo oral estão entre as mais recomendadas para evitar o câncer de cabeça e pescoço.