Novas imagens mostram outros detalhes do assassinato do congolês Moïse no Rio

TV Globo teve acesso a três horas de imagens que mostram outros detalhes da noite em que o jovem congolês Moïse foi espancado até a morte no Rio.

São seis minutos de agressões, do momento em que Moïse é derrubado por Brendon Alexander da Silva e imobilizado até parar de se mexer. Tempo em que leva ao todo 40 pauladas de outros dois homens que compartilham a mesma arma: um bastão de madeira.

Fábio Silva, o Belo, bate 36 vezes em cinco momentos. Em seguida ele pega o telefone e sai em direção à praia, enquanto Moïse ainda se mexe debaixo do outro homem.

Belo volta ao quiosque ainda falando ao celular. Aleson Cristiano Fonseca pega o taco da mão dele e desfere em Moïse as últimas quatro pauladas.

Quatro minutos depois, já sem camisa e de boné, Belo reaparece com uma corda. Ele e Brendon amarram os pés e as mãos de Moïse, em imagens divulgadas na última terça-feira (1º). Brendon só sai de cima da vítima seis minutos depois dos últimos movimentos dele registrados pela câmera.

Os três homens responsáveis pelo assassinato do jovem congolês de 24 anos foram presos uma semana atrás.

Além dos três agressores, outras pessoas também estavam no quiosque na hora do crime. Algumas são testemunhas e já prestaram depoimento, outras ainda estão sendo identificadas pela polícia, que também avalia se houve ou não omissão de socorro.https://e02637dd69eaee0b8fdd471dbc3cffe8.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Jailton Pereira Campos é o funcionário do quiosque de camiseta listrada verde que circula pelo local praticamente durante as três horas de vídeo. É ele quem aparece discutindo com Moïse no começo das imagens. Jailton disse que Moïse o ameaçou e tentou pegar bebidas no freezer. Os dois não entraram em luta corporal.

Um homem de camiseta amarela, que estava sentado em um banco do quiosque, se aproxima logo que Moïse é derrubado e puxa as pernas dele. Ele disse a investigadores que tentou separar a briga, mas não conseguiu e alegou que saiu para procurar um carro da polícia.

Um outro homem de regata preta aparece no momento das agressões e observa. Quando os golpes acabam, ele recebe o bastão de madeira de Aleson Cristiano, sai do quiosque e reaparece 20 minutos depois. Se aproxima do casal que tenta prestar ajuda a Moïse e faz uma massagem cardíaca.

Quarenta e nove minutos depois do início das agressões, a equipe do Samu chega ao local, às 23h15. Os socorristas tentam reanimar Moïse, mas já não havia o que fazer. O grupo cobre o corpo e vai embora.

À meia-noite, chegam dois policiais militares, mas praticamente não se aproximam e saem em seguida. A Polícia Civil aparece à 1h15 e dá início à perícia no local, com o corpo de Moïse há cerca de três horas no chão.

fonte: Jornal Nacional