Alemanha anuncia mudança de posição e vai fornecer armamento pesado à Ucrânia
epresentantes de mais de 40 países se reuniram nesta terça-feira (26) para ampliar o apoio militar à Ucrânia. E numa mudança de posição, os alemães decidiram fornecer armamento pesado aos ucranianos.
Desde antes da guerra, Olaf Scholz era uma expressão de dúvida. Aliados já enviavam armas à Ucrânia, mas a Alemanha só tinha mandado capacetes.
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Depois de hesitar por semanas, o primeiro-ministro rompeu a linha pacifista alemã: pela primeira vez em mais de 80 anos, começou a mandar armas para um país em conflito.
Só que Estados Unidos, Reino Unido, França e outros já tinham ido além, prometendo armamento pesado. Essa linha vermelha, Scholz não queria cruzar – pelo menos não de forma direta. Mas os dois partidos de coalizão pressionaram o governo dele para ajudar mais.
Scholz propôs então, na semana passada, um “jeitinho alemão”: países do leste cederiam à Ucrânia parte do estoque da era soviética e a Alemanha daria para essas antigas repúblicas comunistas armamentos novos. O argumento era que os sistemas mais antigos já são usados na Ucrânia e não exigiriam treinamento.
Mas nesta terça-feira (26) ele escolheu a ministra da Defesa para jogar a toalha. Christine Lambrecht avisou que o governo alemão mandaria para Ucrânia o tanque Gepard, um sistema diferente daquele que os ucranianos estão acostumados, mas eles vão receber treinamento em solo alemão.
O anúncio na reunião da Otan na base aérea americana na Alemanha foi a cartada mais ousada de Scholz. Dias atrás, ele disse que a prioridade é evitar um conflito entre a aliança militar do Ocidente e a Rússia.
Na segunda-feira (25), o governo russo apontou para um risco sério de uma Terceira Guerra Mundial. O Kremlin acusou a Otan de estar envolvida indiretamente nos combates na Ucrânia. O governo britânico afirmou que esse raciocínio é um absurdo, porque o fornecimento de armas é para defesa de um país que está sendo atacado.
E há o risco de serem dois. O exército russo já falou até em alcançar a Transnístria, uma região separatista da Moldávia.
O governo ucraniano acha que dois batalhões russos atuando como força de paz na região separatista podem atacar Odessa.
A presidente da Moldávia, Maia Sandu, fez uma reunião urgente. Ela afirmou que grupos “a favor da guerra na Ucrânia estão desestabilizando a Transnístria”.
A Rússia fez dezenas de ataques aéreos na Ucrânia em 24 horas. O ministério russo da Defesa afirmou que matou só nesses bombardeios 500 militares ucranianos.
Esses ataques teriam cortado o céu de Zaporizhzhia. A operadora de energia afirmou que mísseis passaram em baixa altitude sobre a maior usina nuclear da Europa.
Os trabalhadores de Chernobyl conhecem os riscos. Eles lembraram nesta terça do aniversário de 36 anos da explosão do reator da usina. A Rússia tinha enfrentado junto da Ucrânia a tragédia; hoje esbraveja a possibilidade de um conflito nuclear.
fonte: Jornal Nacional