Corpo de jovem baleado ao pedalar no Dique do Tororó é enterrado em Salvador: ‘Cadê a justiça?’
O corpo do ciclista Rodrigo Castro, de 24 anos, que morreu após ser baleado enquanto passava pela região do Dique do Tororó, ponto turístico de Salvador, foi enterrado na tarde desta quinta-feira (2), no Cemitério Campo Santo, na capital baiana.
“Dar adeus a um amigo do coração, que é praticamente um irmão para você, nunca é fácil. Espero de verdade que a justiça seja feita, que peguem todos eles que cometeram esse crime e que eles paguem”, Roni Fernandes.
O crime aconteceu na noite de quarta-feira (1°). A suspeita é de que ele tenha sido vítima de um latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Segundo a família, a bicicleta dele foi levada.
“Meu filho ia fazer 25 anos de vida. A vida ceifada por marginais, que depois de serem presos, são soltos, saem pela porta da entrada e ficam impunes. Cadê a justiça?”, disse o pai do jovem, Eliecer Castro.
Corpo de jovem baleado ao pedalar no Dique do Tororó é enterrado em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia
A vítima faria 25 anos na próxima terça-feira (7). Ele foi socorrido por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos.
Testemunhas contaram que o crime foi cometido por dois homens. O caso será investigado pela Polícia Civil, que ainda não deu mais informações a respeito.https://26cbdb8b01a46a8f2b5d124dacd36a1e.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Ciclista morre após ser baleado no Dique do Tororó em Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais
No momento em que foi abordado pelo suspeito, Rodrigo conversava com a namorada no celular. Identificada pelo prenome Cíntia, a jovem contou como a situação aconteceu.
“Ele estava com um fone de ouvido e a gente foi conversando durante todo o percurso. Chegou em um momento do percurso, em que eu ouvi as pessoas que chegaram nele, eu não sei o porquê, falando: ‘polícia, polícia, polícia’. Eu cheguei a achar, logo de primeira, que fosse uma abordagem normal. Só que aí houve o disparo”.
“Quando eu ouvi o disparo, a última coisa que ele me disse foi: ‘ai, amor. Tiro, tiro, tiro’. Aí acabou, ele não falou mais, ele não respondeu, mas a ligação continuou, porque não desligou. Eu continuei falando com ele: ‘Amor, pelo amor de Deus, me responda, fale comigo, Rodrigo’”.
Sem retorno do namorado, ela ligou para a mãe dele e pediu para que ela fosse até o Dique procurar Rodrigo.
“Eu desliguei a ligação, liguei para a mãe dele e contei a ela tudo o que eu tinha ouvido na ligação. Aí ela arranjou um carro e começou a procurar. Eu liguei também para um amigo dele, que sempre está com ele, faz um cursinho com ele. Aí ele [amigo] foi na direção, só que quando ele chegou lá, não encontrou nada. Acredito eu que porque o Samu já tinha passado, já tinha levado para o HGE [Hospital Geral do Estado].
Depois disso, Cíntia foi até o hospital, mas já encontrou o namorado sem vida. Consternada, ela desabafou.
“Quando eu cheguei lá, infelizmente, ele já estava sem vida e já não tinha mais o que fazer. É inacreditável. Você pensa que aquilo é uma pegadinha, é um pesadelo. Que você vai acordar, e nunca acorda. Eu fico indignada porque as pessoas estão matando as outras por nada, por objetos. Por um celular, por uma bicicleta”.
No lugar errado
Ciclista morre após ser baleado no Dique do Tororó em Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O irmão de Rodrigo, identificado como Eliecer Júnior, contou que a vítima tinha o costume de praticar exercícios. O jovem era ciclista, mas não tinha o hábito de pedalar no Dique do Tororó.
“Meu irmão estava se exercitando. Ele fazia o percurso à noite, do Rio Vermelho à Barra. Ontem ele decidiu ir para o Dique. Eu deixei meu pai em uma cama, porque ele não está se aguentando em pé. Ele era uma pessoa boa e agora a gente perdeu ele. É mais uma vida que se foi, tiraram a vida de meu irmão. ”.
Eliecer Júnior pediu às autoridades celeridade nas investigações, para que os suspeitos de cometerem o crime sejam identificados e presos.
“O que é que vai trazer meu irmão de volta? Nada que a gente possa fazer agora vai trazer meu irmão de volta. Eu peço a quem tem o poder público na mão que, por favor, ajude minha família a identificar pelo menos o que aconteceu com meu irmão. Eu peço apoio ao pessoal da Polícia Militar, da Polícia Civil, por favor, ajudem a gente a saber, porque o meu coração agora não vai curar”, lamentou.
“Isso aqui eu vou ter que conviver pelo resto da vida, com a perda de meu irmão. Mas eu queria saber o que aconteceu com ele. A gente até agora, concreto, imagens, algo, eu quero saber e identificar quem fez isso com ele. Eu quero que essa pessoa seja levada à Justiça, para que isso não fique impune. Meu irmão era lindo”.
Polícia investiga
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) já iniciou a apuração da morte de Rodrigo. Segundo a polícia, foram expedidas as guias para remoção e perícia, agendada oitiva de testemunhas e diligências estão sendo realizadas para tentar identificar os suspeitos.
Ainda segundo a polícia, as equipes estão nas ruas buscando mais informações sobre o ocorrido e imagens de câmeras na região que possam ter registrado o crime. O procedimento será encaminhado para a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), que dará prosseguimento às investigações.
fonte: G1