Com Novos Baianos, pôr do sol na Castro Alves projeta os futuros carnavais
Baby, Pepeu Gomes e Moraes Moreira se apresentam para público jovem e fazem o pedido: resgatem o Carnaval da praça
Um Carnaval como há muitos verões não se via. Dá para dizer, sem medo de exagero, que essa foi a sensação do público que foi à Praça Castro Alves na noite deste domingo (11) para curtir o pôr do sol com música. Mas para eles, foi tudo novidade.
As atrações até que conhecem alguma coisa daquele local de Salvador: primeiro, às 17h30, bem no pôr do sol, Baby do Brasil e Pepeu Gomes. Depois, às 20h30, Moraes Moreira. Juntos, eles fizeram nos anos 1970 o Novos Baianos – grupo que mudou a história da música brasileira e do Carnaval justamente naquele local.
Mas a sensação não era de saudosismo ou revival. Muito pelo contrário, o momento era de projetar os futuros carnavais. Na plateia, a maioria era formada por jovens, que procurm um circuito alternativo à Barra ou ao Campo Grande. A maioria estava fantasiada, com o corpo cheio de glitter e pinturas pelo corpo nas cores do arco-íris.
“Esse é o nosso habitat natural. O Carnaval da Bahia nasceu aqui. Esqueceram um pouco, mas o futuro será aqui de novo. Nós vamos juntos renascer a Praça Castro Alves. Falou?”, bradou um eufórico Moraes Moreira na abertura de sua apresentação.
“Aqui é o meu lugar. Não é vontade não, é direito adquirido. Nasci aqui com o trio de Dodô e Osmar nos anos 1960. Não gosto de avenida não, eu gosto é de praça. Vamos botar para quebrar”, continuou um entusiasmado Moraes.
Quando Baby começou a tocar quando o sol se despedia, formando uma bela paisagem. Desde ao primeiros acordes, brincava com o público: “que música vocês querem?”. No que a galera respondia A Menina Dança, clássico dos Novos Baianos da década de 70, ela tocava outra música, segurando a euforia geral. A canção foi a última do show, cantada por todos e rivalizando com os trios que passava pela Sulacap.
“A gente não pode deixar o Carnaval da Castro Alves morrer. Nos cinco anos finais daquele antigo Carnaval aqui, foi eu que segurei a onda. Por isso, quando veio o convite para fazer esse por do sol hoje, eu não pensei duas vezes. Agora estou vendo essa festa bonita, crianças nos braços… Temos que resgatar essa cultura da Praça. Por isso, peço para que outros artistas venham pra cá também”, disse Baby para o CORREIO logo após o por do sol na Castro Alves.
Pepeu também sonhou e projetou os futuros carnavais com o resultado do show: “Tudo começou aqui, foram encontros maravilhosos de artistas neste lugar. Os Novos Baianos começaram aqui, tantas bandas… É o único lugar em que a gente pode curtir o pôr do sol durante o show, sabe? Acho que chegou o momento da gente resgatar o Carnaval daqui. Porque tem muita gente jovem e família que quer isso aqui”, disse o artista durante uma das pausas do show.
Fonte: iBahia