Coordenador de políticas LGBT acusa dono de restaurante no Campo Grande de agressão e transfobia

O coordenador de Políticas e Promoção da Cidadania LGBT da Secretaria Municipal de Reparação de Salvador, Vida Bruno, diz ter sido agredido pelo proprietário do restaurante Cervantes, que fica no Campo Grande, após passar mal em decorrência de um alimento consumido no local. O caso aconteceu neste domingo (29).
Em entrevista à RecordTV Itapuã, nesta segunda-feira (30), Bruno contou que teve uma crise alérgica após comer um prato de mexilhões. Segundo ele, o proprietário do estabelecimento o obrigou a sair do local para não passar mal dentro do restaurante. Após isso, de acordo com o servidor, ele foi colocado para fora e agredido em várias partes do corpo. Na ocasião, Vida Bruno, que é um homem trans, relatou ainda que ouviu diversos xingamentos por parte do dono do restaurante. 
“Eu tenho um cavanhaque e ele achou que eu era um homem cis. Quando viu que eu não era, começou a me xingar. Chegou a me chamar de vagabunda e vadia”, contou
Ainda conforme o servidor público, ele conseguiu fugir e acionar uma guarnição policial. “Voltei lá com a polícia e consegui pegar minha bolsa e minhas coisas que tinham ficado lá”, afirmou.
Também em entrevista à RecordTV, o advogado do restaurante, Vítor Viana, negou as acusações. Segundo ele, o estabelecimento prestou todo o suporte ao perceber que o cliente estava passando mal. O advogado alegou ainda que uma médica que estava no local no momento do ocorrido prestou os primeiros socorros até que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegasse. 
“Todo o procedimento para atender o cliente Bruno e para salvar a vida dele foi feito… Infelizmente eu não sei o motivo de ele ter saído correndo logo após meio desnorteado. A preocupação do restaurante foi apenas com a saúde de Bruno. Não houve nenhum tipo de preconceito. A gente não entende essa interpretação dele. Ele não quis nem ser atendido pelo corpo médico do Samu”, relatou o advogado que disse ainda ter entregado à polícia imagens da câmera de segurança do local.
Em nota, a Polícia Civil informou que foi instaurado um inquérito para apurar a denúncia de agressão e homofobia. “O comunicante e os donos do restaurante foram conduzidos para a Central de Flagrantes, por uma guarnição da Polícia Militar, por volta das 13h, de hoje (29). Todos foram ouvidos e o comunicante recebeu as guias para realização de exame de corpo de delito. Foi instaurado inquérito para apurar a denúncia de agressão e homofobia. A 1ª Delegacia (Barris), que atende a região onde está localizado o estabelecimento, vai prosseguir com a investigação”.