Líderes mundiais reagem à ameaça nuclear de Putin no segundo dia de debates na Assembleia do ONU
Outros líderes mundiais reagiram ao anúncio da Rússia no segundo dia de debates da Assembleia Geral das Nações Unidas.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu que todas as nações têm que se opor às agressões de Moscou. Chamou a guerra de tentativa de Vladimir Putin de extinguir a Ucrânia como país e os ucranianos como povo. Chamou de farsa do Kremlin os plebiscitos organizados nas regiões separatistas da Ucrânia, para que a população decida se os territórios devem ser anexados à Rússia.
Biden acusou Moscou de espalhar mentiras ao culpar os Estados Unidos pela escassez mundial de alimentos, disse que as sanções americanas impostas à Rússia não impedem a exportação de comida ou fertilizantes.
“O que está agravando a insegurança alimentar no mundo é a guerra da Rússia, e apenas a Rússia pode pôr fim a isso”, afirmou.
O presidente americano chamou de irresponsáveis as ameaças nucleares de Vladimir Putin.
“Uma guerra nuclear não pode ser vencida e nunca deveria ser lutada”, disse.
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, faz discurso na ONU — Foto: Jornal Nacional
Em uma reunião depois do discurso, Joe Biden e a primeira-ministra britânica Liz Truss reforçaram o compromisso em apoiar a Ucrânia.
Truss também se encontrou com a presidente da união europeia Ursula Von Der Leyen. Elas disseram que a ordem de Putin de mobilizar reservistas é um sinal de fraqueza e de que a invasão da Rússia está falhando.
Em frente à ONU, o primeiro ministro alemão Olaf Scholz disse que o governo russo age com desespero e que os plebiscitos nunca serão aceitos porque não podem servir como justificativa para conquistar com violência o território de um país vizinho.
Nesta quarta (21), o ministro das Relações Exteriores do Brasil Carlos França teve um encontro na ONU com o chanceler russo Sergey Lavrov. Segundo o Itamaray, eles conversaram sobre o comércio de fertilizantes. A Rússia é a maior exportadora desses produtos no mundo.
O discurso mais esperado do dia foi o de Volodymyr Zelensky. Depois das novas ameaças de Putin, o presidente ucraniano falou sobre o que ele chamou de uma fórmula para a paz. Ações que os países da ONU precisam apoiar em conjunto para garantir o fim da guerra na Ucrânia.
Zelensky defendeu que a primeira ação tem que ser expulsar as forças que ocupam o território ilegalmente, que não há paz se as fronteiras reconhecidas internacionalmente não forem respeitadas. E que, depois disso, a Rússia precisa ser punida e a Ucrânia, compensada pela invasão, que sanções contra a Rússia são parte da fórmula. Zelensky disse que países que se dizem neutros só fingem estar preocupados, mas que realmente só se preocupam consigo mesmos.
O presidente ucraniano questionou o poder de veto da Rússia no Conselho de Segurança da ONU e citou o Brasil ao dizer que vários países do mundo não têm esse direito. Hoje, o Brasil ocupa um assento temporário no conselho.
No fim, o plenário aplaudiu longamente de pé, com exceção da comitiva russa.
fonte: Jornal Nacional