Lula diz em Salvador que Rui Costa pode vencer eleições baianas no 1º turno

Lula diz em Salvador que Rui Costa pode vencer eleições baianas no 1º turno

Grande estrela do PT nacional, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva impulsionou o discurso de campanha do pré-candidato ao governo do estado, Rui Costa (PT), ontem, durante o ato de apoio do PDT, no Hotel Fiesta, Itaigara. Em um discurso com críticas aos adversários, à elite, que, segundo ele, “se incomoda com os avanços sociais”, e à imprensa, o ex-presidente convocou militantes e lideranças políticas da base a desconstruírem os argumentos contrários e a compararem o antes e o depois do PT no poder para conquistar o eleitorado.

“Não tem eleição fácil. É importante que cada um de vocês tenha que se transformar em um candidato a governador. Temos que saber como era antes para falarmos nos avanços. Se cada um se transformar em um Wagner, em um Rui Costa e em um Otto Alencar, eu não tenho dúvida que o Wagner pode mais uma vez surpreender e entregar a eleição no primeiro turno”, afirmou. Em clima de confiança, ele também destacou a necessidade do projeto de continuidade da sigla na Bahia. “Com Dilma e Rui, vamos consertar mais um pouco desta Bahia”, enfatizou.

O ex-presidente também sinalizou que virá à Bahia mais vezes.
“Se os adversários achavam que eu estava cansado e não ia andar mais, podem tirar o cavalinho da chuva”, disse, ressaltando que se sentia como “um menino de 17 anos”. Segundo Lula, era preciso explicar ao povo por que o governo “desperta tanta ira e até ódio”.
“Acabei de ler a biografia de Getúlio Vargas e é preciso que vocês também leiam para saber como foi que trataram aqueles que ousaram em fazer alguma coisa pelo pobre deste país”, disse, citando ainda os ex-presidentes João Goulart, Juscelino Kubitschek e o político e guerrilheiro Carlos Marighella.

Ex-presidente destaca “melhor time e programa”
Com um discurso de defesa na “transformação social e econômica dos últimos onze anos”, o ex-presidente Lula atacou “a elite contrária à divisão do bolo”. “Nós não queremos retirar deles, mas queremos comer a parte que temos direito”, disse. Em outro momento disparou: “Eles não gostam de nós porque demos o direito do pobre andar de cabeça erguida”. O petista citou as antigas filas no INSS para exaltar que hoje os aposentados recebem o comunicado do governo e “não sofrem para marcar perícia”.

Lula fez referências ao governador Jaques Wagner ao dizer que ele segue a política de administração do governo federal, com programas de água, alfabetização e melhoria nos salários dos servidores. “O que incomoda essa gente não é que o Wagner não saiba governar. Aí ainda vêm com essa de choque de gestão que é a maior balela, pois toda vez que se fala nisso o que se faz é corte de salário”, afirmou.

Em meio às críticas, Lula mencionou o Bolsa Família e disse que os oposicionistas “não seriam loucos de acabar” com o programa. Ele trouxe o discurso de volta para o cenário baiano ao frisar que não eram necessários os ataques pessoais e citar como exemplo o falecido senador Antonio Carlos Magalhães. “Não tem que repetir aquela mazela que tinha aqui na Bahia que xingava todo mundo. O que temos que fazer é mostrar os números”.

Mas elevou o tom de ataques ao citar que os prefeitos antes eram recebidos por “cachorros policiais” e não conseguiam audiência com os presidentes. Segundo ele, o “ódio” da imprensa e dessa parte da população seria a facilidade com que o seu grupo mudou a realidade da parcela mais carente. “A Dilma não é uma retirante nordestina. É uma mulher que tem história, é uma economista bem formada, portanto o ódio não é contra a Dilma, mas sim ao projeto. Não estava na previsão deles que a gente ia cuidar do povo pobre”, frisou.
Leão e Otto frisam tendência 

Leão disse que largou as condições favoráveis para sua reeleição à Câmara Federal, com estimados 400 mil votos, “para caminhar com Rui Costa e ganhar de goleada”. O pré-candidato a vice citou o Polo Petroquímico ao fazer uma previsão do impacto que terá para o estado a Ferrovia Oeste-Leste. “Representará para os baianos o que representa a Ferrovia dos Carajás para o estado do Pará. A receita prevista da Oeste-Leste será de 35%. Com isso vai dar uma condição ao nosso futuro governador de melhorar a saúde, a educação, e isso nós devemos ao presidente Lula”.

Na corrida para o Senado, o vice-governador Otto Alencar (PSD) também destacou as mudanças feitas a partir do governo Lula e criticou os governos do PSDB, que, segundo ele, não conseguiam reduzir o desemprego, a alta inflação e melhorar o salário. “Agora o candidato tucano vem criticando a política econômica. Qual é a crítica? Porque melhorou o salário?!”, questionou. Otto afirmou não ter dúvida de que a chapa vai vencer as eleições de outubro. “Até porque já enfrentamos esses mesmos adversários em 2010 com 64% dos votos no primeiro turno. Se apanharam separados em 2010, vão apanhar unidos também agora”, disse, citando que a presença de Lula e da presidente Dilma Rousseff (PT) iria influenciar diretamente nesse resultado.