Medicamentos ficam cerca de 5% mais caros
A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) anunciou nesta sexta-feira, 31, um reajuste de até 4,76% no preço dos remédios. Com o anúncio, os distribuidores e varejistas de todo o país devem repassar os novos preços ao consumidor já a partir deste final de semana.
Apesar do aumento de quase 5%, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) destaca que a média dos reajustes está abaixo da inflação, bem como nos últimos 12 anos, com exceção de 2016. No ano passado, o aumento foi considerável, de 12,5%, quase o dobro da inflação (6,29%).
O problema foi a crise do setor, em consequência da recessão econômica, e o aumento de preços dos insumos, dos transportes e de itens que são importados e acompanham a variação do dólar. Ainda assim, entre 2005 e 2016, o crescimento percentual do valor dos remédios foi até 77%, abaixo da variação de 103% do IPCA no mesmo período.
O presidente da Interfarma, Antônio Brito, explica que reajustes serão feitos em três áreas: remédios produzidos em um mercado concentrado e produtos com média e alta concorrência. Desta forma, o aumento de preços variará entre 1,63% e 5%, tendo a média de 3,4%, diferente de outros anos, que tiveram um valor fixo. “O reajuste não é totalmente aplicado, na prática, porque a concorrência de mercado resulta em descontos expressivos nas vendas em farmácias. E existem descontos obrigatórios para o governo, além de abatimentos negociados”, diz o presidente em nota oficial.
Em uma pesquisa realizada pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (Ifepec), foi constatado que a maioria dos consumidores (97%) prioriza o preço na hora da compra de medicamentos. Os resultados ainda indicam que 45% trocam os produtos de marcas caras por genéricos de menor preço.
Como economizar
Para economizar, especialistas indicam pesquisar entre estabelecimentos, laboratórios e verificar as opções de genéricos. Vale também procurar as farmácias populares, que oferecem diversos medicamentos gratuitamente mediante a apresentação da receita médica.
Quase metade dos consumidores opta pela versão genérica. “Esse fato demonstra a existência de uma característica muito comum dos brasileiros, que é não ser fiel à marca que foi procurar em uma farmácia, ouvindo a indicação dos farmacêuticos. O principal fator de troca é o preço, demonstrando que as pessoas estão mais preocupadas com o bolso”, diz o presidente da Febrafar, Edison Tamascia.
Fonte: A Tarde