Projeto leva pessoas com necessidades especiais ao mar
Imagine não poder ir à praia, não poder mergulhar no mar ou sentir a areia nos pés só porque tem alguma necessidade especial. Para as pessoas com limitações físicas ou que usam cadeira de rodas, aproveitar o Verão pode se transformar em um desafio. Pensando nisso, o projeto Para Praia fornece toda a estrutura necessária para que estas pessoas possam ter um banho de mar mais confortável e seguro. Ainda dá tempo de aproveitar a quinta edição do projeto, que encerra as ações hoje na praia de Ondina, em Salvador.
Ontem também teve Para Praia e o banho de mar foi ao som das cantoras Márcia Short e Carla Visi. Hoje será realizado um banho especial para crianças com microcefalia. A ação acontece no horário padrão do projeto, das 8h às 12h, e terá o apoio da Associação de Pais de Anjo da Bahia (Abap), que apoia familiares e principalmente mães de crianças com a síndrome congênita do vírus zika.
Atendendo cerca de 50 pessoas por dia, os pacientes recebem acompanhamento de profissionais especializados na hora do banho. O secretário de Cidade Sustentável e Inovação do município (Secis), André Fraga, acompanha o projeto desde a edição piloto e afirma que o público é diverso. “A gente tem desde pacientes que nunca entraram no mar, pessoas que têm 15 anos sem entrar e também pacientes fiéis que nos acompanham há 5 anos”.
A iniciativa conta com o apoio técnico da Escola Bahiana de Medicina e patrocínio da Braskem e do Salvador Shopping. Depois de cinco edições, o projeto está a cada ano tentando se renovar, seja na programação ou mesmo nas praias que sediam o Para Praia. Apesar de ter sede em Ondina, o projeto já se arriscou nas praias do Subúrbio e na Ribeira mas, por questões de acessibilidade, quase sempre acontece em Ondina.
Este ano, pela primeira vez, terá uma edição na praia de Itacimirim, no próximo final de semana. A notícia animou Sirleide de Sousa, 40, que acompanha o projeto desde a segunda edição e frequenta todos os finais de semana de programação acompanhada da família inteira e ainda leva alguns amigos. “Antes era difícil eu ir na praia, mas depois desse projeto eu já me considero uma rata de praia”, brinca.
O ano de 2017 marcou a ampliação das necessidades especiais atendidas. “Esse ano foi a primeira vez que conseguimos colocar uma pessoa dependente de ventilação mecânica na água”, revela a professora Luciana Oliveira. Madrinha do projeto desde o ano passado, a cantora Carla Visi se diz encantada com a causa. “Eu adoro estar com essas pessoas porque é uma felicidade plena. Me senti muito útil e é um pessoal muito animado! Cantamos desde ‘Vai sacudir, vai abalar’ até Roberto Carlos”, contou Carla.
Fonte: Correio