Em 12 dias, operação da PF e do Ibama destrói mais de 300 balsas usadas no garimpo ilegal na Amazônia
Uma operação da Polícia Federal e do Ibama contra o garimpo ilegal destruiu mais de 300 balsas, em 12 dias, em um dos principais rios da Amazônia. A fiscalização flagrou a ação ilegal dos garimpeiros em cinco municípios do Amazonas.
As balsas de garimpeiros estão atracadas no Rio Madeira, no sul do Amazonas. Os agentes da Polícia Federal explodem a embarcação para evitar a volta do garimpo ilegal na região. Uma outra está afundando. A ação da Polícia Federal é acompanhada pelos garimpeiros. Logo se formou um corredor de balsas em chamas.
Nos últimos 12 dias, a Polícia Federal – com a apoio do Ibama – realizou a Operação Draga Zero, com o objetivo de combater o garimpo ilegal. As ações se concentraram nas cidades de Autazes, Borba, Nova Olinda do Norte, Novo Aripuanã e Manicoré. A operação destruiu 302 balsas. O Ministério da Justiça informou que esta é a maior operação de combate ao garimpo ilegal na Amazônia da história da Polícia Federal.
Os garimpeiros não pouparam nem as comunidades indígenas. Uma balsa estava escondida próximo da aldeia Marmelo, em Manicoré.
“Nós recebemos denúncias ao longo do caminho da nossa expedição e exatamente pelos autores conhecerem um pouco da legislação e saberem que as terras indígenas gozam legitimamente de uma proteção do Estado maior do que as terras que não têm essa qualificação”, diz delegado Umberto Ramos, superintendente da PF/AM.
Os policiais contaram com a ajuda de satélites para localizar os pontos com maior concentração de balsas. No total, os agentes percorreram 1,5 mil km para destruir as embarcações.
O sul do Amazonas ficou conhecido no país como a região do garimpo, em 2021, após a divulgação de imagens que mostram centenas de balsas estacionadas no Rio Madeira extraindo ouro. O local atrai os garimpeiros por causa da riqueza natural de minerais e pela facilidade de locomoção, pelas rodovias que atendem a região.
Segundo a Polícia Federal, as investigações apuram, também, outros crimes relacionados ao garimpo.
“Importam, também, crimes financeiros e tributários, na medida em que os tributos inerentes à comercialização do ouro, que é um ativo financeiro, eles não são recolhidos. Além do que, pode promover o recrutamento de ribeirinhos, de indígenas, o que atenta com tanto a ancestralidade dos povos tradicionais que vivem aqui no estado do Amazonas e que podem, a partir dessas atividades, incorporarem hábitos, costumes e culturas que são completamente diferentes daquelas que são as suas tradições originárias”, explica o delegado Umberto Ramos
fonte: Jornal Nacional