Antecipação de feriado não funciona, e festejos juninos geram onda de contaminação na BA
O governador Rui Costa afirmou nesta terça-feira (7) que a medida de antecipar feriados não teve sucesso no seu principal objetivo, que era reduzir a taxa de contaminação pelo novo coronavírus no estado.
De acordo com ele, cerca de 20 municípios registraram crescimento de 100% na quantidade de casos, nos últimos 5 dias. O motivo apontado é que, mesmo com a antecipação, muita gente comemorou o São João no período que originalmente corresponde aos festejos, entre 23 e 24 de junho.
Vale lembrar que lei aprovada na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) adiantou os feriados de São João e da Independência da Bahia dos dias 24 de junho e 2 de julho para 25 e 26 de maio, respectivamente.
“O que nós temíamos é que, infelizmente, os números comprovam que nós não conseguimos zerar os efeitos das festas juninas. Estávamos analisando cidade por cidade e encontramos 20 cidades com taxas de crescimento acima de 100%, nos últimos 5 dias. Ontem, fiz dezenas de ligações para prefeitos e prefeitas, buscando ouvir o que teria contribuído para isso. O fator mais citado, mais comum foi o fator festa junina. As pessoas se encontraram em suas casas, em seus sítios para, mesmo em família, fazer confraternizações”, lamentou o governador ao falar sobre o assunto em entrevista coletiva.
Ainda segundo Rui, este aumento não modificou a taxa estadual de contaminação pela Covid-19, mas impactou os municípios atingidos, que não foram identificados pelo petista. O trabalho agora tem sido atuar junto às equipes de saúde locais para evitar que o crescimento pressione o sistema de saúde das cidades.
O governador disse também que a taxa de crescimento de casos e de óbitos tem se mantido estável, mas em patamar muito elevado. O maior desafio no combate à doença agora é reduzir a quantidade de mortes, que tem ficado entre 50 e 60 ao dia.
“Estamos há mais de 30 dias, em média no estado, mantendo um padrão de crescimento tendendo a estabilizar, mas em um padrão muito alto, tanto taxa de novos casos quanto de ocupação de leitos e óbitos. O problema é que ainda não conseguimos entrar em uma curva de declínio dos casos”, destacou.