Biden diz que invasão da Ucrânia já começou e anuncia sanções econômicas contra Rússia

Na primeira manifestação pública desde o anúncio de segunda-feira (21) do presidente russo, Vladimir Putin, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou uma primeira rodada de sanções econômicas contra a Rússia.

Tanques russos avançam na Ucrânia, e os 33 anos de relativa paz desde o fim Guerra Fria parecem começar a entrar em colapso. O presidente dos Estados Unidos fez um alerta forte ao mundo: “Este é o início de uma invasão russa.”

Joe Biden afirmou que ainda acredita em um ataque militar de grande escala na Ucrânia, incluindo à capital, Kiev. “Putin está estabelecendo uma lógica para tomar mais território à força”, disse.

O presidente reforçou que a Rússia tem mais de 150 mil soldados cercando a Ucrânia e confirmou que os russos aumentaram o estoque de sangue e equipamento médico na fronteira: “Você não precisa de sangue a menos que planeje começar uma guerra.”

Biden falou que Putin atacou diretamente o direito da Ucrânia de existir. Em resposta ao que chamou de “uma violação escandalosa de leis internacionais”, anunciou a primeira rodada de sanções contra Moscou.

Elas vão afetar duas instituições financeiras, o banco VTB e o banco militar russo. A dívida soberana da Rússia também será alvo, para que Moscou não possa mais levantar dinheiro do Ocidente nem negociar novas dívidas nos mercados americano e europeu. Além disso, o governo americano vai impor sanções às elites russas e seus familiares.

Biden disse que, como havia prometido, negociou com a Alemanha para interromper o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2

O presidente disse que já tem os próximos passos planejados e que a Rússia vai pagar ainda mais caro se continuar a agressão à Ucrânia. Além da pressão econômica, os Estados Unidos vão aumentar a presença militar na região, com o envio de mais soldados e equipamentos para reforçar a defesa de países bálticos.

Militares americanos não serão enviados para a Ucrânia, que não faz parte da Otan. Os diplomatas que ainda estavam no país atravessaram a fronteira para a Polônia, e os cidadãos americanos que ficaram na Ucrânia foram orientados a procurar abrigo no caso de um ataque.

Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia pegou um aviāo para Washington. Ele se encontrou com o presidente Biden, que reafirmou o compromisso de ajudar na segurança do pais.

Dmytro Kuleba falou que está em uma jornada pela diplomacia e que a Ucrânia não está em busca de guerra, mas alertou: “Se a guerra for imposta pelo presidente Putin, nos defenderemos.”

A Casa Branca ainda espera uma saída diplomática para a crise. O presidente Joe Biden encerrou o pronunciamento dizendo que ainda há tempo de evitar o pior cenário, que traria sofrimento para milhões de pessoas. A esperança é que Vladimir Putin ainda possa evitar uma guerra trágica.

Na noite desta terça-feira (22), em uma coletiva na Casa Branca, a porta-voz, Jen Psaki, descartou o encontro entre o presidente Joe Biden e Vladimir Putin, que tinha sido sugerido pelo presidente francês, Emmanuel Macron, no fim de semana, porque a Casa Branca vê como o começo de uma invasão da Rússia na Ucrânia. Por isso, descartou o encontro.

Na mesma linha, o secretário de Estado, Antony Blinken, disse que, por enquanto, não faz sentido seguir em frente com a reunião que tinha marcada com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, na quinta-feira (24).

O chefe da ONU, António Guterres, criticou o envio das tropas de paz da Rússia para regiões autônomas. Disse que, quando tropas de um país entram sem consentimento no território de outro país, elas não são tropas de paz.

Enquanto isso, o governo americano já anunciou que está mandando mais oito jatos F-35 para os países bálticos e a Polônia. O Canadá também anunciou o envio de 460 soldados das forças armadas, incluindo a Letônia, e também anunciou sanções contra a Rússia.

O mundo, como se vê, está unido em uma só voz para condenar as ações da Rússia na Ucrânia.

fonte Jornal Nacional