Capitais têm atos em defesa da democracia nesta quinta-feira, 11

Capitais têm atos em defesa da democracia nesta quinta-feira, 11

Manifestações realizadas nas 27 capitais brasileiras nesta quinta-feira (11) tiveram leitura de cartas em defesa do Estado democrático de Direito e do sistema eleitoral brasileiro.

O movimento foi capitaneado por duas cartas, feitas por exestudantes da USP e pela Fiesp, que foram oficialmente lidas nesta manhã na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no centro da capital paulista, com a presença de empresários, artistas, juristas e representantes de entidades.

O conteúdo dos documentos foi endossado em atos em cidades como BrasíliaRio de JaneiroRecifePorto AlegreFlorianópolisTeresinaFortalezaMaceióSalvadorManausRio BrancoVitória, Cuiabá, Campo Grande, Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Juiz de Fora (MG), São Carlos (SP) e Mogi das Cruzes. (Veja detalhes sobre os atos nas cidades abaixo).

A data escolhida, 11 de agosto, é simbólica: marca a criação dos cursos de direito e também a leitura de um manifesto contra ditadura militar em 1977, feita no mesmo local da leitura das cartas.

Telões foram instalados na parte externa da Faculdade de Direito da USP em evento pela democracia — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1

Os atos ocorrem após seguidos ataques do presidente às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral. Sem nunca ter apresentado provas, o presidente Jair Bolsonaro insiste há meses na teoria de que há risco de fraude na votação. Ele está atrás de Lula nas pesquisas.

Evento na Faculdade de Direito da USP reúne juristas e artistas nesta quinta-feira (11) — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1

Evento na Faculdade de Direito da USP reúne juristas e artistas nesta quinta-feira (11) — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1

A primeira carta lida no ato da USP, com cerca de 800 convidados, foi a intitulada “Em Defesa da Democracia e da Justiça”, que tem como signatárias 107 entidades entre associações empresariais, universidades, ONGs e centrais sindicais. A leitura foi feita no Salão Nobre da faculdade.

Por volta do meio-dia, foi lida do lado de fora do prédio da faculdade de direito da USP a “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”, organizada por ex-alunos da faculdade e que já tem mais de 900 mil assinaturas.

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Leitura de manifestos em defesa da democracia reúne multidão do lado de fora da Faculdade de Direito da USP

Manifestações no Brasil

Pelo Brasil, atos em capitais e cidades também leram a “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”. Veja a relação com alguns deles:

  1. Brasília – Em ato na Universidade de Brasília (UnB) com juristas, estudantes e professores da Universidade de Brasília e representantes de entidades sindicais, foram lidas outras três cartas, além do documento da USP: uma escrita por estudantes de direito da UnB, uma da Faculdade de Direito da universidade e outra da Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral.
  2. Rio de Janeiro – No Rio, a carta foi lida em atos na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
  3. Florianópolis e Chapecó – Em Santa Catarina, atos na reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, e na Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), em Chapecó, também fizeram a leitura da carta.
  4. Recife – Em Pernambuco, a carta foi lida na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, no Centro da capital.
  5. Porto Alegre – Na capital gaúcha, estudantes, juristas e lideranças sindicais se concentraram no Colégio Estadual Júlio de Castilhos e depois foram até a faculdade de direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde foi lida a carta.
  6. Fortaleza – Na capital cearense, o ato aconteceu na Praça da Bandeira, em frente à Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Centro, e foi liderado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).
  7. Teresina – Em Teresina, no Piauí, participantes do ato em apoio à carta da USP fizeram um percurso pelas ruas do Centro, da praça Rio Branco até a praça da Liberdade.
  8. Natal – Estudantes e professores universitários, movimentos sociais, sindicatos e membros de partidos de esquerda se reuniram para o ato na avenida Salgado Filho, no bairro Tirol, Zona Leste de Natal.
  9. Manaus – Professores e alunos da Universidade Federal do Amazonas leram em conjunto a “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado democrático de Direito”.
  10. Rio Branco – O ato ocorreu no Restaurante Universitário da Universidade Fedeal do Acre (Ufac) com os participantes levantando cartazes e faixas em defesa à democracia.
  11. Vitória – O ato teve a leitura da carta na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
  12. João Pessoa – A manifestação se concentrou no Lyceu Paraibano, na capital. De lá, o grupo saiu em caminhada pelas ruas do Centro, com destino ao Ponto de Cem Réis.
  13. Maceió – A concentração do ato foi na Praça do Centenário, no Farol, de onde o grupo saiu em caminhada pelas ruas do centro da cidade.
  14. Salvador – A manifestação aconteceu no centro da cidade pela manhã. A carta foi lida na Praça da Piedade pela ativista Diva Santana, que faz parte do grupo Tortura Nunca Mais e da extinta Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, pela ditadura militar.
  15. Belo Horizonte – Na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), professores e alunos participaram do encontro, onde foi lida uma declaração assinada pela instituição em apoio ao sistema eleitoral brasileiro.
  16. Campo Grande – Representantes da entidade civil organizada de Mato Grosso do Sul fizeram durante a manhã desta quinta-feira a leitura da “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”.
  17. São Paulo – O ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro reuniu empresários, juristas, artistas, movimentos sociais e sindicais na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
  18. São Luís – A manifestação em defesa da educação, da democracia e do sistema eleitoral começou por volta das 16h, na Praça Deodoro, no Centro de São Luís, com grupos de estudantes, professores, entidades sindicais e alguns integrantes de partidos políticos.
  19. Macapá – A manifestação aconteceu na Universidade Federal do Amapá (Unifap). O grupo carregava faixas e cartazes que pediam “respeito ao voto”.
  20. Goiânia – O ato na Praça Universitária marcou o movimento em Defesa da Democracia.
  21. Macapá – A leitura da carta foi na Universidade Federal do Amapá (Unifap), na Zona Sul da capital. O grupo carregava faixas e cartazes que pediam “respeito ao voto”.
  22. Aracaju – A leitura da carta ocorreu na Praça da Democracia, no Campus da UFS em São Cristóvão, na Grande Aracaju, com a presença de estudantes, professores e servidores.
  23. Cuiabá – Estudantes e autoridades se reuniram na Casa das Preta se discursaram a respeito do cenário político atual antes de lerem a carta em defesa da democracia feita pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
  24. Porto Velho – O ato em defesa da democracia, da educação e do sistema eleitoral brasileiro foi em frente à sede administrativa da Universidade Federal de Rondônia (Unir).
  25. Palmas – Alunos, professores e integrantes de movimentos sociais e estudantis fizeram uma leitura coletiva da Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado democrático de Direito.
  26. Belém – Representantes de entidades civis e de movimentos sociais de Belém realizaram atos em defesa do Estado democrático de Direito e do sistema eleitoral. O movimento faz parte da mobilização nacional que cobra o respeito às instituições, à democracia e ao resultado das eleições.
  27. Curitiba – O ato começou por volta das 18h na Praça Santos Andrade, em frente à Universidade Federal do Paraná. Assim como registrado em em outras cidades brasileiras, os manifestantes leram a “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”.

Ato na USP

‘Aqueles que rejeitam e agridem a democracia não protegem o saber, a ciência, o pensamento e não amam a universidade’, diz reitor da USP

O ato na USP foi aberto pelo reitor da universidade, Carlos Gilberto Carlotti Júnior, que pediu o combate às notícias falsas e eleições limpas.

“Queremos eleições livres e tranquilas, queremos um processo eleitoral sem fake news ou intimidações”, disse. “Nós, da USP, perdemos vidas preciosas durante um período de exceção. As cicatrizes ainda são visíveis. Aqueles que rejeitam e agridem a democracia não protegem o saber, a ciência, o pensamento e não amam a universidade”, afirmou.

Também discursaram no encontro nomes como a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB/SP), Patrícia Vanzolini; a secretária de formação da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT), Telma Aparecida Andrade Victor; o advogado e membro da Comissão Arns e do Comitê do Manifesto, Oscar Vilhena Vieira; o fundador do Instituto para Políticas de Saúde, Armínio Fraga; a integrante da Coalizão Negra pelo Direito, Beatriz Santos; a presidente da União Nacional dos Estudantes, Bruna Brelaz; o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Francisco Candidé Pegado; a presidente da Fundação Tide Setúbal, Neca Setúbal; o coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim; e o presidente do Conselho Deliberativo da Indústria Brasileira de Árvore, Horácio Laver Piva.

Veja aqui um resumo dos discursos.

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‘Nós estamos celebrando o hino da democracia’, diz José Carlos Dias

Após as falas, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias leu a carta “Em Defesa da Democracia e da Justiça”.

Do lado de fora do salão, limitado a convidados, manifestantes acompanharam o ato por telões instalados na frente do prédio. Faixas foram instaladas na faixada pedindo respeito ao voto e ao Estado Democrático de Direito.

Por volta do meio-dia, começou a leitura da “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito” por Flavio Flores da Cunha Bierrenbach e pela professora Ana Elisa Bechara.

O ato foi concluído com a execução do Hino Nacional Brasileiro.

Manifestantes escrevem a palavra "democracia" com pães em ato neste 11 de agosto.  — Foto: Celso Tavares/g1

Manifestantes escrevem a palavra “democracia” com pães em ato neste 11 de agosto. — Foto: Celso Tavares/g1

Um coletivo que reúne chefes de cozinha, o MST, estudantes e líderes religiosos escreveu a palavra ‘democracia’ com pães em protesto contra fome. “Com barriga vazia não existe democracia”, ressaltou o movimento.

Cartas

A “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito” começou com a assinatura de ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), artistas, acadêmicos, banqueiros e empresários.

Desde que foi aberta a toda a sociedade, a carta já foi endossada por mais de 900 mil pessoas, entre elas 727 porteiros, 8.973 desempregados, 5.045 enfermeiros, 4.217 motoristas, 6.619 policiais, 519 delegados de polícia, 28.868 engenheiros, 15 mil médicos e 4231 magistrados, entre outros, segundo os responsáveis pela iniciativa. (Veja a lista completa de assinaturas aqui).

Os presidenciáveis Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe D’Ávila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Sofia Manzano (PCB), Léo Péricles (Unidade Popular) e José Maria Eymael (Democracia Cristã) também a assinaram, assim como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).

O documento, que foi lançado depois de seguidos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro, não cita seu nome. Bolsonaro não a endossou e fez críticas.

O segundo manifesto, capitaneado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), 107 entidades, entre associações empresariais, universidades, ONGs e centrais sindicais defendem a segurança e a integridade do sistema eleitoral brasileiro.

O texto, intitulado “Em Defesa da Democracia e da Justiça”, afirma que “a estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios”.

Artistas

Artistas fazem leitura da carta em defesa do Estado Democrático de Direito no Brasil

Em um vídeo divulgado na quarta-feira (10), 42 artistas como Fernanda Montenegro, Caetano Veloso, Chico Buarque, Marisa Monte, Anitta, Lázaro Ramos e Camila Pitanga se dividem na leitura do documento.

Cantora Daniela Mercury participa de ato em defesa da democracia na USP em SP — Foto: Cleber Cândido/TV Globo

Cantora Daniela Mercury participa de ato em defesa da democracia na USP em SP — Foto: Cleber Cândido/TV Globo

No ato da USP, a cantora Daniela Mercury participou da manifestação.

Pelas redes sociais, artistas como Caetano Veloso, Alinne Moraes, Bruno Mazzeo, Gal Costa, Maria Bethânia, Djavan e mais famosos também participaram e apoiaram o manifesto em defesa do Estado Democrático de Direito.

fonte: G1