Do centenário de Riachão a homenagens a sambistas: Salvador celebra o Dia do Samba nesta quinta
Data marcante do calendário festivo da Bahia, o Dia do Samba mais uma vez não terá o povo nas ruas do Centro de Salvador na tradicional Caminhada do Samba, que pelo segundo ano consecutivo não acontece por conta da pandemia.
Neste ano, o Dia do Samba ocorre dias após o centenário do nascimento de Riachão, um dos maiores sambistas da Bahia, que morreu em 2020, aos 98 anos.
Cria do bairro do Garcia, em Salvador, de onde viveu até o dia da sua morte, Riachão nasceu Clementino Rodrigues e de lá se tornou uma das figuras mais importantes do samba brasileiro. Ainda jovem, ele começou a se apresentar como cronista nas rádios.
Mas se tornou conhecimento inicialmente cantando sertanejo. Ele também atuou no cinema, em filmes históricos como “Os pastores da noite”, de Marcel Camus, e “A grande feira”, de Roberto Pires.
O primeiro disco só veio com 40 anos e nele o primeiro sucesso: Umbiga na baleia. Com estilo irreverente, cultiva alegria nas coisas simples. O primeiro artista a gravar uma de suas canções foi Jackson do Pandeiro. A partir daí não parou mais. Foi gravado por nomes como Caetano Veloso, Cássia Eller, e tantos outros.
Ao longo da carreira foram sete discos gravados. Um deles, “Humanenoxum”, indicado ao Grammy Latino. Riachão dizia que tinha mais de 500 composições, a maioria delas, na cabeça.
Mesmo depois de 90 anos, o último malando do samba ainda se apresentava em público. Até que no dia 30 de março de 2020, morreu dormindo, finalizando a trajetória dedicada à cultura brasileira após 98 anos de uma vida intensa que refletia a sua grandiosidade .
Festejos sem o povo nas ruas
Mesmo sem o povo nas ruas por conta da pandemia, o dia 2 de dezembro deste ano será celebrado em equipamentos culturais de Salvador. Na Casa do Carnaval, localizada no Centro Histórico da cidade, é possível relembrar a história do ritmo na Bahia através de um acervo cultural voltado ao samba.
Cidade da Música da Bahia, localizada no Comércio, também conta a história do samba brasileiro e dos seus compositores. — Foto: Marcotte Almeida/ Divulgação
Cidade da Música da Bahia, localizada no Comércio, também conta a história do samba brasileiro e dos seus compositores. — Foto: Marcotte Almeida/ Divulgação
O local conta com livros que contam a história do samba, como “O Carnaval de Salvador e suas escolas de Samba”, do autor Geraldo Lima, que homenageia sambistas baianos.
Além disso, o espaço conta com o “Terraço do Samba” que fica na cobertura do prédio e tem uma vista voltada para a baía de Todos os Santos. O espaço conta com um painel composto por azulejos e sons de sambistas da Bahia.
Já a Cidade da Música da Bahia, localizada no Comércio, também conta a história do samba brasileiro e dos seus compositores.
O acervo conta com depoimentos de sambistas ilustres, como o baiano Riachão, que se estivesse vivo, completaria 100 anos em 2021. No segundo nível, duas cabines exibem em vídeo a história do samba reggae e do samba de roda.
Serviço — Os dois equipamentos funcionam de terça a domingo, das 10h às 18h. Os ingressos variam de R$20 (inteira) a R$10,00 (meia), para residentes de Salvador, estudantes e idosos. No caso da Cidade da Música da Bahia, as visitas devem ser agendadas através do site.
fonte: G1 Bahaia