Em meio à crise, comerciantes informais lucram até R$ 200 ao dia nas ruas de Salvador

Pituba aparece como um dos bairros mais procurados pelos trabalhadores.

Em cada esquina eles estão, de carro em carro, com uma variedade cada vez maior. Em tempos de crise, se a demissão bateu à porta, a saída para alguns trabalhadores foi migrar ao comércio informal. E é assim que, das sinaleiras de Salvador, tiram o seu sustento e lucro. 

Neste Dia do Trabalho, o Varela Notícias foi às ruas para conhecer um pouco mais a rotina destes comerciantes. Entre limpeza de carros, venda de panos, águas e frutas, há quem trabalhe de domingo a domingo e fature R$ 40, enquanto outros, apenas meio turno, de segunda a sábado, tiram R$ 200 ao dia.

Depois de ser demitido de uma empresa de móveis e eletrodomésticos, onde trabalhou por cinco anos, a solução de Humberto Catrambi foi a comercialização de águas minerais no Jardim de Alah. Morador do Costa Azul, sem um dia sequer de folga, é possível encontra-lo às 08h esbanjando entusiasmo nas vendas. Ao preço de R$ 2, vende duas caixas por dia, encerrando o expediente às 12h, com um lucro de quase R$ 50.

“Estou aqui há seis meses. Fui demitido com essa crise, aí vim pra cá e vi que tem lucro. Agora mesmo já comprei um celular à vista. Tenho objetivos.”, declarou Catrambi.

(Foto: Varela Notícias)

 

Para Agnaldo Hélio dos Santos, que sempre vendeu frutas, o que mudou foi somente o ambiente de trabalho. Há dois anos compõe o cenário cotidiano da Rua Rio Grande do Sul. Entre caquis, abacates e morangos, não faltam variedades. Das 09h às 16h, com clientes fiéis, consegue vender até três caixas dos produtos, lucrando entre R$ 60 e R$ 70 em um dia considerado bom.

“Vim pra cá porque é um ponto movimentado. Já estou há dois anos. Dá pra tirar um lucro bom, aqui só eu vendo frutas, aí escolho a da estação.”, disse o vendedor.

(Foto: Varela Notícias)

 

Já quando o assunto é a limpeza de vidros dos veículos, a concorrência é alta. Nos semáforos das principais vias da capital, se dividem em dois ou até quatro, para dar conta da demanda. Mas, de acordo com o comerciante, apesar de muitos migrarem ao serviço, seu ponto já é fixo há 17 anos. De domingo a domingo, ele chega às 10h e sai às 17h, também na Rua Rio Grande do Sul, fazendo seu horário dentro da meta: 100 carros e faturamento de R$ 30 a R$ 40.

“Sem emprego, tá difícil, tem que vim trabalhar. Mas eu já estou aqui há 17 anos. Não dá pra tirar muito dinheiro, mas dá pelo menos para levar o pãozinho para casa”, garantiu Agnaldo Hélio dos Santos.

(Foto: Varela Notícias)

 

Vindo do Nordeste de Amaralina até a Pituba, o estudante A. L., 15 anos, é quem tem o menor expediente e quem mais fatura nas ruas de Salvador. De segunda a sábado, das 7h às 12h, o adolescente comercializa 20 pacotes de panos, cada um com cinco. Seu carro-chefe é a promoção de 5 por R$ 10, somando o montante de até R$ 200,00. No entanto, segundo A.L. os estudos continuam em dias, paralelo ao trabalho.

“Ficava em casa parado, aí minha tia me chamou e vim. É bom também que ganha um dinheiro, um quebra-galho. Mas não atrapalha meus estudos. Na parte da tarde vou para a escola, faço duas séries”, finalizou ao VN.

(Foto: Varela Notícias)

 

Fonte: Varela Notícias