Filho encontra mãe com água no pescoço dentro de casa após passagem do furacão Ian pela Flórida

Filho encontra mãe com água no pescoço dentro de casa após passagem do furacão Ian pela Flórida

Uma semana depois da passagem do furacão Ian pela Flórida, muitos moradores ainda lidam com a destruição. Entre os 123 mortos registrados até agora, a maioria é de idosos – o que acende um alerta para os mais velhos em situações de desastre natural.

Foi assim, com a água no pescoço, que o filho da Karen encontrou a mãe, de 86 anos, após a passagem do furacão Ian.

“Ela é cadeirante, não consegue se locomover muito. E se recusou a ir para um abrigo. A enchente provocada pelo último furacão foi de 15 centímetros. Achávamos que seria assim novamente”, conta John.

Quando viu que essa vez foi pior, com a água a 1,20 metro de altura, ele pegou um barco e foi atrás de notícias.

“Quando cheguei na casa dela, ouvi minha mãe gritando. Foi uma sensação de terror e alívio ao mesmo tempo.”, relata John.

Karen foi resgatada com a ajuda do filho e do neto, e agora está bem. A região onde ela mora foi a mais afetada. Metade das mortes causadas pelo furacão Ian na Flórida aconteceu lá. Quase todas as vítimas tinham mais de 50 anos de idade.

Vinte e um por cento da população da Flórida tem 65 anos ou mais. É o segundo estado americano com a maior proporção de moradores nessa faixa etária.

Quando acontece uma tragédia como a passagem de um furacão, uma das maiores preocupações é com os moradores idosos. Alguns têm dificuldade em se locomover, outros condições crônicas de saúde que exigem o uso de aparelhos médicos que precisam ficar conectados à energia elétrica, como respiradores.

Mais de uma semana após a passagem do furacão, alguns moradores da Flórida ainda estão sem luz. Pelo menos um morador morreu porque ficou sem energia elétrica e não conseguiu usar o respirador que o auxiliava.

Os moradores ainda estão voltando pela primeira vez para as áreas atingidas. Muitos sem saber o grau de destruição que vão encontrar.

“Devastador é quando você perde um filho ou o seu cônjuge. Nós estamos bem. Eu fico um pouco sentimental, mas agora estou apenas tentando limpar as coisas.”, diz uma moradora da região.

fonte: Jornal Nacional