Mandetta prevê acentuação da curva de transmissão do coronavírus no Brasil

O Ministério da Saúde (MS) prevê a acentuação da curva de transmissão, e consequentemente aumento do número de casos, de infecção pelo novo coronavírus. Nesta quinta-feira (26), a pasta vai divulgar o balanço de 30 dias desde a confirmação do primeiro caso no Brasil. A partir das informações levantadas durante o primeiro mês de epidemia no Brasil, o governo pretende definir o perfil dos pacientes, dos casos graves e aqueles que precisam de mais e menos recursos de saúde. As informações foram divulgadas durante coletiva com o ministro Luiz Henrique Mandetta e sua equipe nesta quarta-feira (25).

O ministro explicou que a pasta vem adquirindo materiais de proteção individual e respiradores, além de viabilizando leitos. Esses leitos serão alocados conforme demanda dos estados. “Nesse momento temos que concentrar se não ficaria disputando um estado com o outro para o mesmo fornecedor”, explicou Mandetta.

Mandetta ainda defendeu que as medidas de quarentena deveriam ser adotadas progressivamente. Ele explicou que quarentena é um mecanismo utilizado quando tem uma doença infecciosa, de transmissão fácil, onde se pode ter consequência de muita letalidade ou de uso intenso do sistema de saúde, características que enquadram o novo coronavírus. “Estamos começando o processo, a curva, temos que ter calma porque a quarentena é um remédio amargo”, pregou o ministro.

“Quarentena sem prazo para terminar vira parede na frente na necessidade das pessoas”, ponderou o titular do Ministério da Saúde. Ele ainda sugeriu que as medidas deveriam ter sido adotadas de maneira progressiva, um bairro por vez conforme fosse necessário.

A vacinação da gripe, que não protege contra o novo coronavírus, também foi citada pelo ministro, que destacou a importância da imunização, e esclareceu questões sobre a distribuição. Na ocasião, Mandetta chamou a atenção para a alta procura pela imunização e ironizou os grupos que criticam e questionam as vacinas: “O movimento antivacina esqueceu a campanha deles. Eles sumiram. Estão quietos”.