Moradores de bairros de Salvador cobram ações contra a Covid-19 durante ato no Farol da Barra: ‘Estamos em uma luta’

Moradores de diversos bairros populares de Salvador realizam um ato simbólico, na manhã desta quarta-feira (10), no Farol da Barra, ponto turístico da capital baiana, com o objetivo de cobrar ações por parte dos poderes públicos contra a Covid-19. Uma das medidas pedidas pelo grupo é a testagem ampla, para identificar a possível contaminação pelo novo coronavírus.

“Nós estamos em uma luta mesmo pela ampla testagem nos bairros populares de Salvador. Nós estendemos que só ao saber a dimensão da pandemia na nossa cidade, nós vamos construir as respostas em cada bairro. O comitê comunitário já dialoga nesse momento com lideranças de 60 bairros da cidade, incluindo Ilha de Maré e a ilha. É impressionante pensar que, nesses lugares, nós precisamos instituir barreiras sanitárias para não deixar que pessoas vão para lá no final de semana”, disse a socióloga Vilma Reis, que participava da ação.

O ato é uma iniciativa do Comitê Comunitário Virtual de Monitoramento do Coronavírus dos Bairros Populares de Salvador e ocorreu após o monitoramento feito pelo grupo, nos últimos três meses, apontar descaso dos órgãos no enfreamento a Covid-19.

Durante o ato, os participantes exibiram faixas e cartazes. Várias cruzes foram colocadas no gramado do Farol da Barra, com o objetivo de pedir a preservação das vidas e fazer com que as pessoas não deixem de lutar pela vida. Todas do ato estavam de máscara como forma de prevenção a Covid-19.

A ação cobrou ainda a liberação de vacinação contra as gripes nos bairros e melhoria no abastecimento de água na cidade.

“Nos bairros, a gente precisa de vacinação em todas as unidades básicas. A pessoa chegou, não ter nenhuma burocracia para vacinação. A outra questão é, quando a gente tá falando que é importante que não falte água nos bairros […] a Embasa tem que ter todo esse cuidado no seu cronograma de manutenção. A gente não pode ter uma situação de faltar água”, contou Vilma

O ato cobra também direitos amplos para as pessoas durante o isolamento social e distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

“A gente quer mostrar que não basta dizer para as pessoas que elas precisam fazer isolamento. É preciso fazer isolamento social com direitos. Esse direito é para as pessoas preservarem as vidas, com condições de controlar a violência doméstica; com condições de ter água, os EPIs. Quem está nessa frente de batalha tem que ter os equipamentos de proteção. Os profissionais que estão nas unidades básicas têm que ter todo esse suporte, porque não expõe nem os profissionais e nem a população que está lá”, disse Vilma.