Novas medidas reforçam mecanismos de localização de pessoas desaparecidas

O filho de Sandro Andrade está desaparecido há mais de quatro anos. Samuel foi encontrar o irmão numa festa. Não voltou para casa e, desde então, a família procura respostas.

“Toda a campanha, a gente participa nos eventos, porque sempre renasce a esperança, e a esperança é a última que morre. O quarto dele está do mesmo jeito, as roupas, o guarda-roupas, a cama. A gente está na expectativa que ele apareça. A gente não desiste. Queremos resposta e, se Deus quiser, nós vamos conseguir”, diz Sandro.

Ministério da Justiça iniciou, nesta segunda, uma nova campanha para tentar ajudar famílias de desaparecidos. Em parceria com as secretarias estaduais de Segurança, vai colher o material genético de pessoas sem documentos, sem identificação que estão internadas em hospitais e abrigos.

A coleta do DNA é voluntária, feita após um termo de consentimento. No caso de crianças e adolescentes, requer autorização judicial. Essa amostra será incluída nos bancos genéticos para que seja feito um cruzamento com o DNA de parentes de desaparecidos. O material coletado será usado exclusivamente para essa análise.

Atualmente, o Banco Nacional de Perfis Genéticos tem mais de 5 mil restos mortais não identificados e mais de 6 mil amostras de DNA de parentes em busca de notícias.

Desde junho de 2021, 43 famílias conseguiram informações sobre mortos e desaparecidos por meio do cruzamento de dados. Uma pessoa foi encontrada viva em Pernambuco.

“Além do banco já cadastrado de familiares, nós estamos em busca, com o apoio da rede de saúde e assistência social, de pessoas vivas sem identificação. Então, a grande perspectiva é poder confrontar essas pessoas que estão em clínicas, em locais de abrigo, e o perfil de familiares para identificar pessoas vivas”, diz o diretor de Políticas de Segurança Pública/MJSP, Marcelo Aparecido Moreno

Polícia Rodoviária Federal também criou um serviço que ajuda a achar pessoas desaparecidas. Funciona 24 horas por dia e pode ser acessado na internet ou pelo telefone de emergência 191.

Após o aviso, policiais rodoviários de plantão, em um raio de 500 quilômetros do local, recebem o alerta imediatamente e começam a procurar pela pessoa. Em 2021, a PRF registrou quase 63 mil casos de desaparecidos no Brasil, uma média de mais de 170 ocorrências por dia.

fonte: Jornal Nacional