Otan afirma que tem observado recados da Rússia e que está preparada para qualquer eventualidade
O secretário-geral da Otan afirmou, no encerramento da cúpula do grupo, que a aliança tem observado os recados diretos da Rússia e que está preparada para qualquer eventualidade.
Raramente esses encontros resultam em algo concreto e muito relevante, mas dessa vez foi diferente. Reunidos em Madri nos últimos dias, os países da Otan anunciaram nesta quinta-feira (30) o que definiram como “aumento considerável e significativo” no orçamento da aliança militar.
O secretário-geral do grupo, Jens Stoltenberg, que descreveu o encontro na Espanha como “transformador”, não quis falar em números, mas está claro que a invasão russa à Ucrânia mudou todo o cenário.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que é uma conclusão óbvia nesse momento de guerra que os países da Otan aumentem mesmo o orçamento militar. O governo britânico prometeu expandir os gastos com defesa para 2,5% do PIB até o fim da década.
Boris Johnson disse que é preciso se adaptar a um mundo mais perigoso. Ele aproveitou para anunciar mais 1 bilhão de libras em ajuda militar à Ucrânia.
A Otan quer seguir em frente mais unida e fortalecida. Stoltenberg afirmou que Suécia e Finlândia vão assinar já na próxima terça-feira (5) o protocolo para entrar na aliança militar.
Depois, os parlamentos dos 30 países do grupo precisam validar esse documento, o que o secretário-geral disse que vai ser só uma formalidade.
Ao mesmo tempo em que avança, a Otan marca posição contrária não só à Rússia. O governo chinês afirmou que o comunicado do grupo que definiu a China como um desafio para os interesses ocidentais é “irresponsável, pensamento de guerra fria que incita o confronto”.
No campo de batalha, as tropas russas saíram da Ilha da Cobra, lugar estratégico no Mar Negro que estava em disputa desde o começo da guerra. Os ucranianos viram a retirada como uma vitória. Os russos disseram que foi um gesto de boa vontade, uma demonstração de que Moscou não está atrapalhando os esforços das Nações Unidas para escoar a produção de grãos da Ucrânia.
Em Moscou, Vladimir Putin não dá nenhum sinal de que essa guerra pode acabar em breve, mas falou que a Rússia está aberta a discutir estratégias contra a proliferação de armas de destruição em massa.
Putin recebeu nesta quinta-feira a visita do presidente da Indonésia. Sem dar detalhes, Joko Widodo disse que entregou ao russo uma mensagem do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
fonte: JN