Processo contra “soldado cantor” Amado Cigano é instaurado pela PM e “praças” ficam revoltados

Na última terça-feira (09/02), a Corregedoria Geral da Polícia Militar determinou um Processo Disciplinar Sumário (PDS) para apurar a conduta do soldado da Polícia Militar Welligton Ferreira, conhecido popularmente como ‘Amado Cigano’, que cantou em um bar no bairro de Itapuã, em Salvador, após convite de uma fã. O registro audiovisual, ocorrido em 29 de janeiro desse ano, viralizou no WhatsApp e virou notícia em alguns dos principais veículos de comunicação do país. Além disso, foi bastante elogiado pelo público em geral.

O documento interno da corporação, que foi enviado ao Informe Baiano por uma fonte nesta quinta-feira (11/02), afirma que o trabalhador “não utilizava máscara de proteção, contrariando as orientações das autoridades sanitárias em relação a pandemia”. Também aponta que Ferreira violou procedimentos da PM. Um tenente-coronel será responsável por analisar o caso.
A depender da conclusão do oficial, o soldado pode responder um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e ser demitido. Nas redes sociais, integrantes da PM ficaram revoltados com a decisão de instaurar o PDS, ainda que seja uma medida comum.
“Porque não instaurou o PDS pra oficial que está dançando sem máscara, contrariando as orientações sanitárias? O policial tirou a máscara porque foi beber água e aí, parou rápido e atendeu um pedido da comunidade, mostrando o lado humano. Se fosse um oficial podia, como é um praça não pode. Isso é um absurdo”, desabafou um soldado, que terá sua identidade preservada para que não sofra nenhum tipo de punição da PM.

“Por isso que tem que discutir a desmilitarização, mas eles não querem porque é isso que segura a tropa. A vaidade fala mais alto. Se fosse igual a PF, PRF e Polícia Civil não acontecia isso. Para você ter ideia, o praça recebe 45% de CET enquanto o oficial ganha 125%. Na Polícia Civil todos recebem igual, tanto agente como delegado”, disse revoltado outro integrante da PM.