Segunda, 20 de Julho de 2020 – 07:20 Salvador pode atingir logo percentual para fase 2 da reabertura, mas não deve pular etapas
Salvador pode atingir logo percentual para fase 2 da reabertura, mas não deve pular etapasFoto: Divulgação
A instalação de novos leitos de UTI adulto em Salvador fez a taxa de ocupação cair rapidamente, para um percentual abaixo do limite mínimo estabelecido para a reabertura das atividades comerciais. É um dado artificial de que os índices da Covid-19 melhoraram. Porém vai permitir que algumas áreas econômicas da cidade ganhem fôlego após mais de quatro meses de estagnação. A artificialidade desse percentual é tanta que, em pouco tempo, é possível que a taxa de ocupação caia cerca de 10%, o que permitiria chegar à fase 2 de reabertura. Porém o plano não permite que fases sejam puladas. Ainda bem.
Quando a prefeitura anunciou o protocolo de retomada das atividades já tinha noção de que os novos leitos iriam gerar a queda da taxa de ocupação das UTIs. Tanto que o prefeito ACM Neto e o governador Rui Costa deram sinais de que os índices seriam atingidos ainda em julho. É uma matemática bem simples: ao aumentar os leitos disponíveis, você aumenta as vagas ociosas. O difícil é sustentar esses índices.
A reabertura de Salvador está escalonada em três etapas. A primeira, com 75% de ocupação dos leitos de UTI, deve iniciar nesta semana. Entretanto, por mais que haja a possibilidade desse percentual já ficar abaixo de 70%, marco para a segunda fase, é necessário que o índice permaneça por 14 dias na fase 1. Algo que deve demorar um pouco para acontecer, dado ao histórico de oscilação da ocupação dos leitos para pacientes em estado grave.
Mesmo que mantenha o otimismo, o prefeito ACM Neto demonstrou cautela ao tratar do assunto. Caso a flexibilidade gere uma onda de contaminação, o gestor reforçou que não descarta o retorno de medidas ainda mais duras contra o coronavírus. Por isso, além da implantação de novos leitos, é preciso contar com a consciência da população para manter o distanciamento social. Esse é o fator mais variável nessa conta – e o mais difícil de prever.
Por isso, mesmo que a ocupação de leitos de UTI caia dentro da expectativa da prefeitura, a reabertura da cidade precisa ser paulatina. O prazo de 14 dias entre as fases precisa ser respeitado, ainda que haja uma pressão popular para que seja acelerada a retomada das atividades. Se depender da forma como as autoridades locais se comportaram até aqui, as concessões não devem acontecer. Principalmente por terem ciência de a queda repentina da ocupação é resultado da implantação de leitos e não de controle da doença.
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