Senadores afirmaram que Trump pressionou o vice Mike Pence para reverter o resultado das eleições
Na terceira audiência da comissão que investiga a invasão ao Congresso Americano, senadores afirmaram que Donald Trump pressionou o vice Mike Pence para reverter o resultado das eleições, mesmo sabendo que era ilegal.
Todo 6 de janeiro, após uma eleição presidencial, cabe ao vice-presidente, que acumula a presidência do Senado, comandar a sessão conjunta do Congresso que certifica a eleição dos Estados Unidos.
Na terceira audiência da comissão que investiga a invasão ao Congresso, em janeiro de 2021, revelou que o então presidente Donald Trump, por um mês, pressionou o vice-presidente para reverter o resultado da eleição.
O presidente da comissão disse que Trump sabia que o que estava pedindo era ilegal e que, quando Mike Pence deixou claro que não atenderia ao pedido, o presidente jogou os manifestantes contra ele.
O então vice afirmou privadamente – e depois publicamente – que não tinha o direito de mudar o resultado da eleição: “A Presidência pertence ao povo americano apenas”, afirmou Pence.
A vice-presidente da comissão disse que a pressão sobre Pence foi inconstitucional e que Trump foi avisado repetidamente sobre isso.
Na manhã do ataque ao Congresso, Trump ligou para Pence. A comissão divulgou fotos das pessoas que estavam reunidas no Salão Oval nesse momento e também um vídeo da própria filha de Trump, Ivanka, dizendo que a discussão entre os dois tinha sido acalorada. Nicholas Luna, então assistente da Casa Branca, afirmou que Trump chamou o vice de fraco.
O advogado John Eastman – trazido pela campanha para ajudar a tentar reverter o resultado do pleito – aconselhou Trump. Ele afirmava que um vice-presidente tinha autoridade para adiar a contagem dos votos do colégio eleitoral.
O conselheiro de Pence, Greg Jacob, revelou que o próprio Eastman sabia que a teoria não tinha base legal e que ele tinha informado a Trump que Pence teria que violar uma lei federal.
Nesta quinta (16), no depoimento, Jacob afirmou: “Eastman admitiu privadamente que sua teoria perderia por 9 votos a zero na Suprema Corte, se chegasse lá”.
O ex-juiz federal Michael Luttig, outro conselheiro do então vice-presidente, falou sobre a possibilidade de uma revolução nos Estados Unidos se Pence tivesse seguido o plano de Trump: “Teria sido a primeira crise constitucional desde a fundação da república”.
A Comissão Especial planeja fazer mais audiências públicas antes de finalizar um relatório da investigação neste ano. Depois, vai decidir se recomenda ao Departamento de Justiça que Donald Trump responda criminalmente pelo ataque que deixou cinco mortos e centenas de feridos.
Um deputado democrata que faz parte da comissão disse que um dos objetivos da investigação é mostrar o que aconteceu para fortalecer o país contra golpes, insurreições e instabilidade.
fonte: Jornal Nacional