Três em cada 10 baianos são bons pagadores, indica Serasa

Apenas 27% dos consumidores vão conseguir manter as contas em dia nos próximos 12 meses.

Apenas três em cada dez  baianos podem ser considerados bons pagadores e devem conseguir manter as contas em dia nos próximos meses, segundo dados do Serasa Score. De acordo com pesquisa divulgada este mês, 27% dos consumidores no estado apresentam um baixo risco de não pagar suas contas.

Apesar de os números parecerem ruins, a Bahia é o segundo estado do Nordeste e o 10º no país com os melhores scores na pesquisa, que contabiliza a pontuação dos consumidores e que é utilizada na hora de analisar o risco em operações de crédito. Segundo a Serasa Consumidor, os baianos têm uma classificação média de 505, numa escala que vai de 0 a 1.000, onde quanto maior o número mais certeza se tem de que o consumidor vai honrar seus compromissos. A média local é superior à nacional, de 485.

De acordo com a diretora do Serasa Consumidor, Fernanda Monnerat, mesmo sendo um bom indicativo, o score alto não garante que o consumidor vai garantir crédito no mercado. “Na hora de conceder o crédito, a operadora vai analisar também a capacidade de pagar do consumidor, são vários fatores levados em consideração”, explica.

Desde o mês passado, os consumidores podem acessar o site www.serasaconsumidor.com.br/score/ e consultar, de graça, a sua pontuação. A partir disso, é possível ter uma noção se existe a possibilidade de concessão de empréstimos e financiamentos, por exemplo.

A pontuação vai de 0 a 1.000 pontos e considera vários fatores, como dívidas negativadas, dados cadastrais atualizados, pagamentos de contas em dia e o cadastro positivo. “O score é calculado com a base de dados, toda a base de negativos que a Serasa tem, desde banco até empresas de serviço. São considerados também acordos judiciais, como ele se relaciona no mercado, e toda a informação de adimplência”, explica Fernanda.

Ser um bom pagador vai além de ter as contas em dia, por exemplo. Foi o que aconteceu com o operador de caixa Cristiano de Souza Moreira, que mantém seus débitos em dia, mas teve o nome negativado após emprestar o CPF para um amigo. A dívida inicial era de R$ 8 mil, mas hoje já chega a R$ 52 mil. “Eu não vou emprestar mais meu CPF para ninguém. A gente tenta ajudar as pessoas e acaba se dando mal”, disse.

Depois que conseguir tirar a negativação do nome, Cristiano disse que pretende acompanhar agora a sua pontuação para saber como está a possibilidade de concessão de crédito no mercado. “Sempre paguei minhas contas em dia, e nunca tive problemas”, contou.

Médio e alto risco
Os outros 63% dos consumidores são divididos em dois grupos: 47% têm scores 300 a 700 e são considerados com um médio risco de inadimplência. “A gente não tem como caracterizar como maus pagadores, porque ali tem pessoas de vários perfis”, explica Fernanda Monnerat.

Já os outros 26% é composto por pessoas que têm score de 0 a 300, com alta probabilidade de ficarem inadimplentes. “O índice é um indicador do que o consumidor vai achar no mercado, e quem tiver alto risco vai ter bastante dificuldade de encontrar crédito”, analisa Fernanda.

Ainda de acordo com a diretora do Serasa Consumidor, a partir desses dados é possível analisar e escolher linhas de crédito diferenciadas, barganhar taxas de juros mais justas ou pedir condições personalizadas de pagamento, caso o score seja alto.

É o que pretende fazer a professora Adriana Santos, 47 anos, que está com o nome negativado, mas quer melhorar sua situação no mercado. “Estou agora com o nome sujo, vou olhar quanto está o valor da dívida, pagar e manter o nome limpo, para que tenha mais facilidade de conseguir financiamentos depois”, planeja ela.

Cenário econômico
O presidente do Sindicato de Lojistas do Estado da Bahia (Sindilojas-BA), Paulo Motta, aponta a situação econômica como a principal motivadora do “baixo número de bons pagadores”.  “Infelizmente, isso se confirma pelo alto índice de desemprego que provoca o aumento da insolvência. As pessoas deixam de pagar seu crédito para priorizar a sobrevivência”, analisa.

Já o diretor de tecnologia e operação da Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL Salvador), Felipe Sica, destaca a relevância da compreensão dessas informações pelo consumidor.  “Acho que é uma excelente opção de educação financeira. Aos poucos, a população vai ganhando a noção da importância de ser um bom pagador. Você ser inadimplente traz uma série de prejuízos, inclusive uma taxa de juros maior, porque o risco é mais alto”, avalia. 

Colaborou Carol Aquino

Fonte: Correio