Deputado bolsonarista coloca culpa em cachorro ao justificar falta de uso da tornozeleira
O deputado federal do Rio de Janeiro, Daniel Silveira (PSL), que descumpriu por dezenas de vezes a ordem de usar tornozeleira eletrônica, o que motivou a volta dele à prisão, apresentou na quinta-feira (15/07) justificativas à Polícia Federal. O político bolsonarista afirmou que um dos motivos para ter deixado o equipamento sem bateria foi o dano ao carregador, que, segundo ele, foi roído pelo seu cachorro dele.
Daniel Silveira disse ainda que na região onde ele mora há muitas quedas de energia e muitas das 22 vezes em que a tornozeleira ficou sem bateria ele estava dormindo por conta do uso de anti-inflamatório. O parlamentar também alegou que esqueceu de recarregar a bateria por estar participando de sessões na Câmara Federal.
Os agentes da PF vão realizar perícias para verificar as condições da cinta da tornozeleira eletrônica. Os investigadores também vão consultar a companhia de energia elétrica do Rio de Janeiro para saber se houve de fato falhas constantes no fornecimento de energia elétrica na região onde mora o deputado.
No final de junho, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que o homem retornasse à prisão por violar as medidas restritivas.
Segundo o ministro, com base em denúncia da Procuradoria-Geral da República, o parlamentar cometeu cerca de 30 violações ao sistema de monitoramento eletrônico.
Ao deixar a prisão em março, foi obrigado a cumprir uma série de medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica. Em maio, Silveira chegou a ficar mais de 16 horas sem contato com a central de monitoramento por falta de bateria no equipamento.
Detido em fevereiro deste ano por determinação do próprio Moraes por conta de ataques feitos ao STF e a ministros da corte, Silveira também defendeu o ato institucional número 5 (AI 5) que cassou direitos e liberdades durante o regime militar.