Coordenador de políticas LGBT acusa dono de restaurante no Campo Grande de agressão e transfobia

Em entrevista à RecordTV Itapuã, nesta segunda-feira (30), Bruno contou que teve uma crise alérgica após comer um prato de mexilhões. Segundo ele, o proprietário do estabelecimento o obrigou a sair do local para não passar mal dentro do restaurante. Após isso, de acordo com o servidor, ele foi colocado para fora e agredido em várias partes do corpo. Na ocasião, Vida Bruno, que é um homem trans, relatou ainda que ouviu diversos xingamentos por parte do dono do restaurante.
“Eu tenho um cavanhaque e ele achou que eu era um homem cis. Quando viu que eu não era, começou a me xingar. Chegou a me chamar de vagabunda e vadia”, contou
Ainda conforme o servidor público, ele conseguiu fugir e acionar uma guarnição policial. “Voltei lá com a polícia e consegui pegar minha bolsa e minhas coisas que tinham ficado lá”, afirmou.
Também em entrevista à RecordTV, o advogado do restaurante, Vítor Viana, negou as acusações. Segundo ele, o estabelecimento prestou todo o suporte ao perceber que o cliente estava passando mal. O advogado alegou ainda que uma médica que estava no local no momento do ocorrido prestou os primeiros socorros até que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegasse.
“Todo o procedimento para atender o cliente Bruno e para salvar a vida dele foi feito… Infelizmente eu não sei o motivo de ele ter saído correndo logo após meio desnorteado. A preocupação do restaurante foi apenas com a saúde de Bruno. Não houve nenhum tipo de preconceito. A gente não entende essa interpretação dele. Ele não quis nem ser atendido pelo corpo médico do Samu”, relatou o advogado que disse ainda ter entregado à polícia imagens da câmera de segurança do local.
Em nota, a Polícia Civil informou que foi instaurado um inquérito para apurar a denúncia de agressão e homofobia. “O comunicante e os donos do restaurante foram conduzidos para a Central de Flagrantes, por uma guarnição da Polícia Militar, por volta das 13h, de hoje (29). Todos foram ouvidos e o comunicante recebeu as guias para realização de exame de corpo de delito. Foi instaurado inquérito para apurar a denúncia de agressão e homofobia. A 1ª Delegacia (Barris), que atende a região onde está localizado o estabelecimento, vai prosseguir com a investigação”.